Com feriado nos EUA, bolsas de Chicago e Nova Iorque não operam nesta 2ª feira

Publicado em 19/01/2015 06:46

Nesta segunda-feira (19), comemora-se o feriado do dia de Martin Luther King nos Estados Unidos e, assim, as bolsas de Chicago e Nova Iorque não operam. Os negócios serão retomados nesta terça-feira. Os valores apresentados para as commodities na nossa homepage, portanto, referem-se ao fechamento da última sessão da semana passada. 

Abaixo, confira os fechamentos dos mercados de soja, milho e café da última sexta-feira (16):

Soja: Mercado brasileiro tem semana negativa e baixas chegam a mais de 8% no interior

Os preços da soja despencaram no Brasil nessa última semana. As baixas entre as principais praças de comercialização no interior do país pesquisadas pelo Notícias Agrícolas ficaram entre 0,92 e 8,47%. Já nos portos, o recuo semanal ficou entre 3,76 a 5,47%. 

No porto de Rio Grande, a soja com entrega para maio/15 iniciou a semana com R$ 63,90 e fechou com R$ 61,50 por saca, perdendo 3,76%, enquanto em Paranaguá, o valor passou de R$ 64,00 para R$ 60,00 em uma semana, caindo 5,47%. Nas praças do interior, os valores terminaram os negócios entre R$ 51,00 e R4 54,00 por saca. 

Segundo explicam analistas, a conjunção de cotações pressionadas em Chicago - as quais passaram por uma semana de intensa volatilidade - e um dólar bem mais fraco do que o observado há alguns dias foi o principal fator de pressão no mercado interno, cenário que deixou a comercialização do Brasil ainda mais travada para a soja da safra 2014/15. Na CBOT, o vencimento março/15 caiu 2,46% na semana, passando de US$ 10,16 para US$ 9,91, enquanto o maio/15 recuou 2,35% e foi de US$ 10,21 para US$ 9,97 por bushel. 

Nesta sexta-feira (16), o dólar, mais uma vez, fechou em baixa frente ao real, se aproximando do patamar dos R$ 2,60. A moeda norte-americana perdeu 0,79% a R$ 2,6212. Na semana, a baixa acumulada foi de 0,67%. Segundo informações de analistas ouvidos pela agência Reuters, a divisa já deve voltar a subir na próxima semana, como disse Italo Abucater, da Icap, passado o fôlego tomado nos últimos dias pelas declarações de mais austeridade na política monetária e fiscal feita pela nova equipe econômica brasileira. 

Segundo explicou o economista Roberto Troster, o cenário de volatilidade para o dólar ainda deve continuar, na expectativa de confirmação dessas novas medidas a serem tomadas pelas autoridades financeiras, principalmente por parte do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e também diante das incertezas do quadro econômico mundial. "É preciso ganhar credibilidade na política econômica, e credibilidade é consistência de decisões junto com ações", diz. 

Para o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, essas baixas consecutivas da moeda norte-americana não indicam uma tendência e a maior parte dos bancos estrangeiros acreditam em um intervalo de R$ 2,70 a R$ 2,80 para boa parte de 2015. 

"O dólar será o diferencial para o produtor brasileiro nesta safra. Os custos já estão realizados, e o que vai pesar bastante será essa oscilação cambial que, aparentemente, será favorável ao produtor brasileiro", acredita Cogo. 

Assim, o consultor aposta ainda que melhores oportunidades de comercialização estão por vir para o sojicultor brasileiro, ao sairmos dessas baixas pontuais e com o dólar tomando um rumo melhor. Os produtores poderão voltar às vendas na medida em que os preços se aproximam novamente dos US$ 10,50 na CBOT e que o dólar recupere os US$ 2,70, ou seja, valores praticados nos portos entre R$ 65,00 e R$ 67,00 por saca, pelo menos.  Até que isso aconteça, as negociações no Brasil seguem travadas. 

"Os produtores não estão interessados em vender nesses níveis e têm todas as condições de reter o máximo que podem a comercialização e é mesmo o que devem fazer nesse momento", orienta Cogo. 

Bolsa de Chicago

Nesta sexta-feira, na última sessão da semana, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia em campo misto, com os dois primeiros vencimentos registrando ligeiras altas de quase 1 ponto. Os demais, terminaram o pregão do lado negativo da tabela. As movimentações foram pouco expressivas durante todo o dia e os investidores buscaram manter a estabilidade antes do feriado de Martin Luther King, a ser comemorado na próxima segunda-feira, 19 de janeiro, nos Estados Unidos, quando a bolsa não funciona. 
 
A semana foi de intensa volatilidade para os negócios com a soja na CBOT diante da chegada de diversos dados importantes do quadro de oferta e demanda mundial, além das incertezas e adversidades climáticas na América do Sul, principalmente no Brasil, onde já são registradas perdas em quase todas as regiões produtoras. 

Entre esses números divulgados nessa semana estão o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os semanais de embarques e vendas para exportação, o esmagamento de soja em dezembro e as novas projeções da Informa Economics para os EUA. 

Paralelamente, há ainda a influência do mercado financeiro e do quadro macroeconômico mundial ainda de olho nos desdobramentos da crise do petróleo, na saúde das principais economias globais e, principalmente, no andamento do dólar não só frente ao real, mas à cesta das princiais divisas. 

Além disso, ainda nesta sexta-feira, o USDA reportou o cancelamento de uma venda de 285 mil toneladas de soja da safra 2014/15 para a China, o que ajudou a tirar a direção do mercado. 

Milho: Frente à queda do dólar, preço no Porto de Paranaguá recua 6,87% na semana

Por Fernanda Custódio

A semana foi negativa aos preços do milho no mercado interno brasileiro. Somente no Porto de Paranaguá, a queda no valor foi de 6,87%, com a saca cotada a R$ 27,94. Na região de Jataí (GO), local que registrou a maior desvalorização, a perda foi de 10,87% e saca do cereal encerrou a semana a R$ 20,50.

Em Ubiratã (PR), o preço da saca recuou de R$ 21,00 para R$ 19,50, uma perda equivalente a 7,14%. Nas regiões de Londrina e Cascavel, ambas no PR, as quedas foram menores de 4,88% e 4,76% e a saca cotada a R$ 19,50 e R$ 20,00, respectivamente. A saca também recuou na região de Tangará da Serra (MT), para R$ 18,00, perda de 2,70%. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a semana foi de estabilidade.

Os analistas destacam que, ao longo dos últimos dias a atenção do mercado se voltou para o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e o clima no Brasil. Contudo, o que mais exerceu influência sobre os preços foi a oscilação no câmbio e também o início da colheita em algumas localidades, especialmente na região Sul do país.

Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, a ausência de demanda na exportação também tem contribuído para pressionar os preços. É um consenso entre os especialistas de mercado de que as cotações ainda estavam sustentadas devido à recente valorização na moeda norte-americana.

Inclusive, na visão do analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, 2015 deverá ser um ano de neutralidade aos preços do cereal, que se registrarem alguma valorização será veiculada ao dólar. Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou a sessão a US$ 2,6212 na venda, com perda de 0,79%, na mínima do dia, o cmâbio tocou o patamar dos US$ 2,6150, conforme dados da Reuters. Na última segunda-feira, o valor de fechamento ficou em R$ 2,66.

Além disso, o clima mais seco nas principais regiões produtoras do cereal na primeira safra já começam a ser observadas pelo mercado. A primeira safra é estimada em mais de 29 milhões de toneladas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), porém, a produção pode ficar abaixo dos 27 milhões de toneladas, segundo os analistas.

A situação é decorrente da redução da área destinada ao milho na primeira safra e também o clima irregular. As precipitações permanecem irregulares em muitas localidades pelo país, principalmente nos estados de Goiás e Minas Gerais. Por outro lado, no Rio Grande do Sul, a colheita já teve início e o rendimento médio das plantações alcança 120 sacas por hectare nas áreas não irrigadas.

Já a safrinha, ainda existe muitas incertezas e especulações no mercado. Frente ao atraso no cultivo da soja, por conta das condições climáticas adversas, a janela de plantio da safrinha está bem estreita. Em muitas localidades, os produtores já sinalizam a redução na área, mas também nos investimentos  para tentar equilibrar as contas.

BM&F Bovespa

Após uma semana de extrema volatilidade, as cotações do milho na Bolsa brasileira fecharam o pregão desta sexta-feira (16) com ligeiras altas. As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,17% e 0,68%. A posição março/15 era cotada a R$ 29,80 a saca, depois de ter fechado a sessão de segunda-feira a R$ 30,78 a saca.

Durante os últimos dias, o mercado acompanhou a movimentação do mercado internacional, mas também o dólar e registrou perdas expressivas. 

Bolsa de Chicago

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a semana com altas expressivas. Os vencimentos exibiram ganhos de mais de 7 pontos na sessão desta sexta-feira (16) e o contrato março/15 era negociado a US$ 3,87 por bushel. O mercado exibiu um movimento de recuperação diante do feriado da próxima segunda-feira (19) nos Estados Unidos, em comemoração à Martin Luther King, Jr.

Ainda assim, os dois primeiros vencimentos não conseguiram retornar ao patamar dos US$ 4,00 por bushel. Os preços registraram fortes quedas nos últimos dias influenciados pelas notícias vindas do etanol. Nesta quinta-feira, os futuros do etanol caíram novamente mantendo a pressão sobre o mercado de milho. Frente à grande produção e a queda nas cotações do petróleo, os preços do etanol são os mais baixos desde 2005, conforme dados do site Farm Futures.

Entretanto, as baixas atraíram os investidores à ponta compradora do mercado. Nesta sexta-feira, o USDA eportou a venda de 101.600 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. Essa é a terceira operação anunciada somente essa semana, na quarta-feira, 125 mil toneladas do grão foram vendidas para Taiwan e, na quinta-feira, 127 milt toneladas foram negociadas para o Japão.

O analista de mercado da Safras & Mercado sinaliza que, a tendência é que os preços operem próximos de US$ 3,20 a US$ 4,00. Paralelamente, o mercado precisa de novos fatores e informações para dar suporte às cotações do milho.

Café: NY cai pela segunda sessão consecutiva nesta 6ª feira com operadores confiantes em chuva para próxima semana

As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram mais um dia de queda nesta sexta-feira (16) e os preços estão próximos dos 170,00 cents/lb, após tentativa frustrada de romper o patamar de US$1,85. Os investidores acreditam que chuvas devem cair na próxima semana no cinturão produtivo do Brasil.

O contrato março/15 registrou 170,00 cents/lb e o maio/15 anotou 173,65 cents/lb, ambos com recuo de 565 pontos. O vencimento julho/15 fechou a sessão com 176,10 cents/lb e baixa de 560 pontos e o setembro/15 registrou 178,10 cents/lb e 565 pontos negativos. É o segundo pregão consecutivo de queda.

As principais regiões produtoras de café enfrentam seca parecida com a do início do ano passado. No início desta semana, os preços subiram com as altas temperaturas e falta de chuva nas cidades produtoras.

Segundo informações reportadas pela Reuters nesta sexta-feira com base em entrevista com responsáveis do Conselho Nacional do Café, a safra do Brasil em 2015 de café será menor do que o estimado esta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma vez que as projeções do governo foram feitas em dezembro, antes do período seco de janeiro.

» CNC diz que safra de café do Brasil em 2015 será menor que projetado pela Conab

No entanto, os investidores da bolsa norte-americana parecem não estar mais preocupados com o cenário climático e ajustaram os preços com informação de chuva no cinturão produtivo na próxima semana.

“Presenciar uma baixa nas cotações em Nova York de 500 pontos dentro de um cenário climático adverso no cinturão produtivo do Brasil onde a seca e as temperaturas são épicas ao momento vivido aliado a queda consecutiva nos estoques americanos de café, estoques baixos no Brasil e por fim demandas crescentes e constantes, realmente, é de tirar o fôlego de qualquer operador que tem mínimas noções de mercado”, diz o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira, o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, afirmou que 2015 começa pior que ano anterior e a situação pode ser mais crítica para produção de café neste ano e há ainda, possibilidade de prejuízo na safra de 2016. As lavouras de arábica estão em fase de granação e necessitam de um bom volume pluviométrico para o desenvolvimento uniforme dos grãos.

» 2015 começa pior que ano anterior e situação pode ser mais crítica para produção de café

Mercado interno

Os negócios no mercado interno já estavam baixos há alguns dias. No entanto, a queda na Bolsa de Nova York ontem e hoje ajudou a intensificar esse cenário. As praças registraram preços estáveis ou negativos na maior parte das localidades nesta sexta-feira.

O tipo cereja descascado tem maior valor de negociação na cidade de Varginha-MG com saca cotada a R$ 550,00 — estável . A variação mais expressiva no dia foi em Guaxupé-MG com queda de 2,32% e saca cotada a R$ 548,00.

Para o tipo 4/5, a cidade com maior valor de negociação foi Guaxupé-MG que tem saca cotada a R$ 536,00 e registrou queda de 2,72%, A praça com maior oscilação no dia foi Franca-SP com alta de 2,94% e R$ 525,00.

O tipo 6 duro teve maior valor em Varginha-MG com variação estável e saca cotada a R$ 520,00. A cidade com oscilação mais expressiva no dia foi Araguarí-MG que tem saca cotada a R$ 490,00 e registrou queda de 7,55%.

Na quinta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda de 0,87% e está cotado a R$ 490,22 a saca de 60 kg.

» Clique e veja as cotações do mercado interno nesta sexta-feira (16)

Tipo 4/5 segue NY e fecha em queda

As cotações do café arábica tipo 4/5 encerraram esta sexta-feira com queda na BM&F Bovespa. O vencimento março/15 registrou US$ 207,25 com desvalorização de 3,63% e o setembro/15 fechou o dia com recuo de 3,31% cotado a US$ 216,10.

Robusta registra queda em Londres

As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) fecharam com preços mais baixos nesta sexta. O contrato janeiro/15 está cotado a US$ 1938,00 por tonelada com desvalorização de US$ 35, o março/15 teve US$ 1971,00 por tonelada e recuo de US$ 27 e o maio/15 anotou US$ 1999,00 por tonelada e queda de US$ 28.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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