Conab traz aumento na safra de soja e ligeira redução na produção de milho do Brasil

Publicado em 09/01/2015 08:04
Safra 2014/2015 deverá ser superior a 200 milhões de toneladas, aponta Conab

A produção de grãos no Brasil na safra 2014/2015 deverá ser de aproximadamente 202,18 milhões de toneladas. É o que revela o 4º levantamento de grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (09). Segundo o documento, o volume é 4,5% superior à safra passada, o que representa 8,75 milhões de toneladas a mais do que o registrado anteriormente.

A soja continua como destaque entre as culturas, com incremento na produção na ordem de 11,4%, o que equivale a um acréscimo de 9,79 milhões de toneladas, chegando a uma produção de 95,9 milhões de toneladas. Apesar do atraso do início das chuvas, o que afetou o começo do plantio, a lavoura está apresentando bom desenvolvimento. 

Entretanto, as questões climáticas influenciaram de maneira negativa na produção do trigo, afetando a qualidade e produtividade do grão. Com isso, a produção estimada no início da safra em 7,6 milhões de toneladas caiu para 5,9 milhões. Já a expectativa para o milho é de uma pequena queda de 1,1%, deixando a produção próxima da estabilidade. Enquanto que na safra anterior foram colhidas 79,9 milhões de toneladas, para esta safra espera-se que a produção chegue a 79 milhões de t. 

Área - O total de área destinada ao plantio de grãos também deve apresentar variação positiva, passando de 56,98 milhões para 57,8 milhões de hectares. A diferença representa uma alta de 1,3%, o que equivale a um acréscimo de aproximadamente 766 mil hectares.

A soja também apresenta destaque, com um crescimento de 4,8%, passando de 30,1 para 31,6 milhões de hectares. Com o cenário mais vantajoso no mercado, a área deste grão avançou sobre as demais culturas (milho e feijão 1ª safra), como também as pastagens degradadas.

A Conab fez a pesquisa entre os dias 14 e 20 de dezembro. Durante o estudo, foram levantadas informações de área plantada, produção estimada, produtividade média estimada, evolução do desenvolvimento das culturas, pacote tecnológico utilizado pelos produtores, evolução da colheita, entre outras variáveis. O trabalho ocorre em parceria da Conab com agrônomos, técnicos do IBGE, de cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural (oficiais e privados), agentes financeiros e revendedores de insumos, que subsidiam os técnicos da estatal com informações pertinentes aos levantamentos.

Clique AQUI e veja a íntegra do 4º Levantamento da Safra de Grãos 2014/15

Na Reuters: Safra de grãos 2014/15 do Brasil pode superar estimativa atual, diz Conab

BRASÍLIA (Reuters) - A safra de grão do Brasil em 2014/15, prevista nesta sexta-feira em um recorde de 202,2 milhões de toneladas, pode ser ainda maior por influência da produção de soja e milho, culturas cuja colheita está apenas começando, disse o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos.

A Conab elevou ligeiramente nesta sexta-feira sua previsão para a safra brasileira de soja 2014/15 para um recorde de 95,92 milhões de toneladas, ante 95,80 milhões de toneladas da previsão de dezembro. [nE6N0SU00U]

Com um ajuste na previsão da primeira safra de milho, a colheita total do cereal foi projetada em 79,05 milhões de toneladas, ante 78,69 milhões de toneladas do relatório anterior.

Desta forma, a safra de grãos é vista agora em um recorde de 202,2 milhões de toneladas, ante 201,6 milhões do relatório de dezembro e 193,39 milhões em 2013/14.

O presidente da Conab disse que a produção geral da temporada pode ser ainda maior.

"A tendência de milho da segunda safra e a produtividade da soja podem fazer com que tenhamos um ano ainda melhor", disse o presidente da companhia, Rubens Rodrigues dos Santos, em entrevista a jornalistas.

Em seu relatório desta sexta, a Conab elevou a projeção para a primeira colheita de milho da temporada, para 29,6 milhões de toneladas, ante 29,3 milhões em dezembro, mas ainda em queda na comparação anual (31,6 milhões de toneladas em 2013/14).

Já em relação à segunda colheita de milho, foi mantida a estimativa de 49,4 milhões de toneladas que havia sido divulgada no mês passado. Trata-se de uma alta de 2,4 por cento ante 2013/14.

Sobre o trigo, cuja colheita está praticamente encerrada, a Conab revisou para baixo sua projeção da safra 2014.

O volume é visto agora em 5,90 milhões de toneladas, ante 5,95 milhões do relatório de dezembro.

(Por Nestor Rabello)

PIB do agronegócio avança em 2015 com alta na produção e câmbio, diz Kátia Abreu

BRASÍLIA (Reuters) - O produto interno bruto (PIB) do agronegócio em 2015 deverá ter melhor desempenho que no ano passado, estimou nesta sexta-feira a nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, devido a um aumento da produção e à valorização do dólar frente o real.

A ministra falou com jornalistas durante o anúncio da nova projeção de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que elevou a previsão para colheita de soja e milho em 2014/15. (Por Nestor Rabello)

 

AGRONEGÓCIO : Banco Rabobank faz sua análise 

O setor de grãos tem dois desafios pela frente. Um deles é a dependência de fatores macroeconômicos mundiais. Apesar da ligeira recuperação norte-americana, a economia patina na zona do euro e no Japão.

O ritmo econômico chinês diminui, e a Rússia, dependente do petróleo, não tem bom cenário para 2015.

O outro desafio é atravessar o ano com preços e margens de ganho menores. As supersafras de soja e de milho elevam os estoques e depreciam os preços.

É dentro de um cenário desse que os analistas do Rabobank, um banco especializado no agronegócio, fizeram uma avaliação dos diversos setores dos quais o Brasil é participante importante.

 

 

 

 

 

 
 

Mas, se o setor de grãos tem desafios, o de proteínas volta a viver um período de vacas gordas, principalmente devido à demanda externa.

No caso dos grãos, a alta da safra de soja deverá fazer com que os preços médios da oleaginosa declinem para valores inferiores a US$ 9 por bushel em Chicago. Em Mato Grosso, a saca fica próxima de R$ 50; no Paraná, de R$ 55. 

O milho, devido ao aumento dos estoques pelo segundo ano consecutivo, tem queda de preços em Chicago. Deve ficar entre US$ 3,25 e US$ 3,50 por bushel.

Segundo projeções do Rabobank, devido à queda nos preços no mercado internacional, esperam-se margens brutas negativas -receita menos custo variável- na safra 2015 nos Estados de Mato Grosso e do Paraná, os principais produtores nacionais.

EM ALTA

A perspectiva de um segundo ano consecutivo de deficit no mercado mundial de café permitirá a manutenção dos preços elevados.

Seca e o ciclo de baixa na produção brasileira vão manter a safra nacional entre 42 milhões e 47 milhões de sacas. Líder mundial na produção, e sem outro país para substituí-lo, o Brasil deverá colaborar para um deficit de 5,1 milhões de sacas na safra 2014/15.

Outro setor que vem vivendo um período delicado no país, o sucroenergético, voltará a ter problemas em 2015, apesar da alta de preços.

A moagem de cana fica entre 550 milhões e 580 milhões de toneladas, segundo o Rabobank. A produtividade da cana será prejudicada tanto pela seca do ano passado como pela baixa renovação dos canaviais.

Já os preços do açúcar deverão ter uma recuperação neste ano, quando a oferta do produto será menor do que o consumo mundial.Mas os analistas do Rabobank acreditam que o cenário de preços será melhor para o etanol. Este será sustentado pela alta da demanda, devido ao aumento da frota brasileira e à mistura maior de álcool anidro à gasolina. A alta do açúcar e do etanol vai permitir preços melhores para o produtor de cana.

 

BOVINOS

A demanda internacional se manterá aquecida, o que fará com que os preços das proteínas fiquem firmes no mercado nacional.

No caso da carne bovina, os produtores de bezerro vão continuar a desfrutar de boas margens, impulsionadas pelo preço do boi gordo.

O mercado externo se mantém favorável também para as exportações de frango, cujos custos de produção serão menores devido à maior oferta de grãos.

O Rabobank prevê cenário positivo também para a carne suína, devido à oferta restrita no primeiro semestre.

 

Fonte : jornal folha de São Paulo / coluna vaivém / Mauro Zafalon

Fonte: Conab + APA + Folha

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