PPS quer explicacoes do novo ministro da Agricultura sobre matadouro clandestino

Publicado em 25/03/2013 21:34
por Marcela Mattos, da sucursal de VEJA em Brasília)

O PPS anunciou que vai protocolar até a manhã desta terça-feira na Mesa Diretora da Câmara um requerimento cobrando explicações do novo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, sobre sua parceria com um abatedouro clandestino no município mineiro de Vazante. Reportagem de VEJA desta semana mostra que o Antônio Andrade, conhecido criador de gado, é cliente e amigo do proprietário do matadouro, que já foi autuado por abate ilegal e condições de higiene precárias.

“Trata-se de uma denúncia grave que precisa de um esclarecimento imediato do ministro. Como pode uma autoridade responsável por zelar pela saúde animal de nosso rebanho compactuar e se beneficiar de uma situação destas?”, afirmou o líder do partido, deputado Rubens Bueno (PR).

A reportagem de VEJA mostra que o novo ministro da Agricultura tem seis propriedades rurais em Vazante, sua base eleitoral, e um rebanho de mais de 3.000 cabeças de gado. Andrade fornece animais para o abate e usa a carne para alimentar funcionários de suas fazendas.

A Câmara tem prazo de 15 dias para enviar o ofício ao Ministério da Agricultura. Após o recebimento, Andrade terá 30 dias para apresentar uma resposta.

O Ministério Público de Minas Gerais solicitou à Polícia Ambiental uma inspeção no local de abate, a ser realizada na manhã desta terça-feira. De acordo com o promotor José Geraldo Rocha, a interdição será pedida caso o laudo aponte irregularidades no estabelecimento.

SEM FISCALIZAÇÃO - O abate dos animais é feito com desrespeito total às mínimas exigências sanitárias (Sergio Dutti)

(Do blog de Ricardo Setti, de Veja:)

Perguntar não ofende: por que o PSDB silenciou diante do escândalo do abatedouro clandestino (e horrendo) que envolve o ministro da Agricultura?

O abatedouro clandestino onde o ministro abastece sua própria fazenda é algo medieval, pavoroso -- e, claro, não foi aprovado pelas autoridades sanitárias (Foto: Sérgio Dutti)

44 milhões de eleitores que votaram em José Serra (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial de 2010 e mais vários milhões que votaram nulo, em branco ou se abstiveram — e que, em sua maioria, provavelmente não se inclinam para o lulopetismo — esperavam, do Congresso saído do mesmo pleito, uma oposição firme. Correta, mas firme.

O PSDB, maior partido da oposição, vem sendo omisso na grande maioria dos casos em que deveria se manifestar.

Não sou eu quem digo isso. É algo de curso geral — comentam o fato milhares de leitores do blog e do site de VEJA, dos blos do Augusto Nunes, do Reinaldo Azevedo e do Lauro Jardim, editoriais de jornais, articulistas, outros blogueiros.

Há exceções, claro — e não é difícil apontar a frequente voz de advertência e protesto do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que, por sinal, não é mais o líder do PSDB, tendo sido rebaixado este ano para o posto de vice-líder.

Pois bem, hoje o PSDB deixou passar outro cavalo arreado à sua frente, ao permitir que o PPS — seu aliado, pelo menos por ora, já que flerta com o PSB do governador Eduardo Campos — tomasse a iniciativa de avisar que vai protocolar até a manhã cedo, terça-feira, na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, requerimento cobrando explicações do novo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, sobre a parceria que mantém com um nauseabundo, horrendo e irregular abatedouro clandestino de gado no município de Vazante (MG).

Reportagem de VEJA desta semana mostra que o Antônio Andrade, que é pecuarista, é cliente e amigo do proprietário do matadouro, que já foi autuado por abate ilegal e condições de higiene pavorosas. Se conseguir, veja com atenção a foto que ilustra este post.

“Trata-se de uma denúncia grave que precisa de um esclarecimento imediato do ministro. Como pode uma autoridade responsável por zelar pela saúde animal de nosso rebanho compactuar e se beneficiar de uma situação destas?”, afirmou o presidente do partido, deputado Roberto Freire (SP).

É aquela velha história: no Brasil, o que vem de cima não é o bom exemplo — é o mau.

A reportagem de VEJA mostra que o novo ministro da Agricultura tem seis propriedades rurais em Vazante, sua base eleitoral, e um rebanho de mais de 3.000 cabeças de gado. Andrade fornece animais para o abate e usa a carne para alimentar funcionários de suas fazendas.

Fonte: veja.com.br

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