2° Encontro Nacional da Pecuária: Entidades definem prazos para desafios da cadeia

Publicado em 10/07/2012 08:59 e atualizado em 10/07/2012 11:55
Entidades representantes da cadeia da carne de todo país construíram a Agenda Positiva.
Entidades representativas de toda a cadeia produtiva da carne estiveram reunidas nesta segunda-feira (09) no 2° Encontro Nacional da Pecuária de Corte em Cuiabá-MT para construir uma agenda positiva com os desafios que são comuns a todos. Pela primeira vez os três elos da cadeia produtiva de todo país sentaram para tratar dos problemas e ameaças da cadeia da carne e buscar soluções e oportunidades para todos. Um documento com diversas demandas do setor foi construído por todas as entidades participantes contendo 27 encaminhamentos, que serão analisados e classificados para serem executados.
 
Entre eles a necessidade de se estudar as vantagens e as desvantagens da formação do preço da carne bovina que hoje é São Paulo e, se for o caso que praça formará o preço; Transparência no peso, implantando a comercialização de boi no peso vivo; Padronização de carcaça e de abate; Propor e atuar para a isenção de PIS/COFINS em toda a cadeia da carne bovina; Buscar novos mercados através de um amplo trabalho de marketing compartilhando custos;  Criação de um fundo para alavancar recursos para investimentos em Marketing; Sustentabilidade ambiental, econômica e social;Combate ao abate clandestino.
 
O evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, e os debates foram calorosos antes de se chegar aos pontos do documento final. “O Encontro foi muito positivo, construtivo e equilibrado”, avaliou o presidente da Acrimat, José João Bernardes. Ele disse ainda que “foram identificadas problemas e demandas e conseguimos pensar e definir em conjunto, com a participação do produtor, indústria e varejo, os caminhos que vamos seguir para a melhoria de todos os setores”. Bernardes anunciou que “o 3a Encontro da Cadeia da Pecuária de Corte será realizado no mês de agosto em Presidente Prudente (SP)”.
 
O presidente da Acrissul, Chico Maia, também definiu como positivo o resultado do Encontro e disse que “é um avanço, pois já conseguimos marcar uma Audiência Pública sobre a cadeia da carne na Câmara Federal, promovemos ações junto ao CADE e várias demandas foram definidas”. Ele acrescenta que “todo esse movimento do setor vai deixar o mercado mais livre para os 3 elos (arroba, atacado, varejo) e a consequência é que vai melhor o negócio para todos”.
O primeiro encontro do setor produtivo recebeu o nome de Movimento Nacional Contra o Monopólio dos Frigoríficos, realizado no dia 14 de maio de 2012 em Campo Grande (MS). Mais de 1.500 produtores rurais, entidades representativas do setor produtivo, políticos e autoridades de todo Brasil, participaram. Os discursos tinham a mesma tônica de cobrança, para que o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – pare de promover o monopólio de poucas indústrias frigorificas, com dinheiro público, provocando sérias consequências em toda cadeia da carne.
Depois desse encontro em Campo Grande, onde foi feita uma Carta com os principais desdobramentos, foram realizadas duas reunião com o CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica – para que a instituição analisasse os procedimentos de aquisição das indústrias frigoríficas, além de acompanhar e até interferisse nos desdobramentos dessas aquisições. Uma reunião de trabalho também aconteceu com algumas indústrias frigorificas em São Paulo (SP), como consequência do primeiro Encontro, onde representantes da Acrimat, Acrissul e outras entidades do setor produtivo participaram. 
 
“Agora chegou a hoje de construímos uma agenda positiva com toda cadeia produtiva e isso demonstra amadurecimento de todos os setores que formam esse importante pilar econômico do país, que é a proteína vermelha”, disse o vice-presidente da Acrimat, Jorge Pires de Miranda. O 2° Encontro Nacional da Pecuária de Corte foi organizado pela ACRIMAT em conjunto com a ACRISSUL, UDR, SRB, ABCZ, ANPBC, ASFAX, APR-MT e ABEG. Estiveram presentes também representantes do Senado Federal, da Câmara Federal, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e produtores de diversos estados.
 
Entidades e Empresas presentes:
 
ACRIAMT – Associação dos Criadores de Mato Grosso
ACRISSUL - Associação dos Criadores de MS
ABEG - Associação Brasileira de Exportadores de Gado
APR-MT  - Associação de Propriedades Rurais de MT
UDR – União Democrática Ruralista
ABCZ - Associação Brasileira dos Criadores de Zebu
ASFAX - Associação dos Fazendeiros do Xingu - Goiânia / GO
ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
Sindifrigo - Sindicato das Indústrias Frigoríficas de MT
ABRAS - Associação Brasileira de Supermercados
FAMASUL - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de MS
FAEG - Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás
ASSOCON - Associação Nacional dos Confinadores
NELORE MT - Associação dos Criadores de Nelore de MT
ACRINORTE - Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso
UNIEC - União Nacional da Indústria e Empresas de Carne
SGPA - Sociedade Goiana de Pecuária de Agricultura
AGCZ - Associação Goiana dos Criadores Zebu
SGPA - Sociedade Goiana de Pecuária de Agricultura
Sindicatos Rurais de diversos Estados

Frigoríficos:
JBS
FRIALTO
Marfrig
RODOPA
RODOPA
FRIGOL
FRIGOL

Clique no link abaixo e veja a Agenda Positiva da Carne Bovina:

>> Agenda Positiva da Carne Bovina

UNIEC nega concentração de frigoríficos

CARTA DA INDÚSTRIA DA CARNE À FRENTE NACIONAL DA PECUÁRIA
2º Encontro Nacional da Pecuária de Corte, FENAPEC, Cuiabá, 09 de julho de 2012

Prezados Senhores,

A indústria da carne, tradicional parceira do pecuarista brasileiro, aqui representada pela União Nacional da Indústria da Carne – UNIEC, reconhece a grande importância da Frente Nacional da Pecuária – FENAPEC como um espaço democrático para a discussão dos problemas e proposição de medidas que venham fortalecer a cadeia agroindustrial da pecuária.

A indústria da carne compreende a preocupação dos pecuaristas com relação ao movimento de alguns agentes do mercado, na direção da aquisição, arrendamento e locação de plantas frigoríficas, paradas ou em funcionamento, sugerindo a concentração dos abates de bovinos por parte desses agentes.

Tal qual o pecuarista, a indústria da carne, em geral, também se ressente dessa possibilidade e prima pela igualdade de condições e pela livre concorrência.

Entretanto, analisando caso a caso e de maneira ampla, até o momento, a indústria da carne não percebe a ocorrência de concentração e, sim, um processo de acomodação e ajuste positivo do mercado.

Para essa análise a indústria da carne leva em consideração que:
1) O mercado de compra de bovinos para efeito de cálculo de participação é nacional e não regional, podendo inclusive ser global se levarmos em conta os dados de exportação e importação de carne e gado;
2) Todo o quantitativo dos abates deve ser computado para o calculo do percentual de mercado, independentemente se o abatedouro é de inspeção municipal, estadual, federal ou clandestino; e
3) Não há forma de controle de preços nem pelos pecuaristas e nem pelos frigoríficos.
É fato, também, que nos últimos 20 anos, vivemos uma verdadeira revolução na pecuária brasileira com o crescimento do rebanho bovino e a expansão do parque industrial frigorífico, especialmente rumo ao Centro-Oeste e Norte do Brasil.

Nesse período de estabilidade econômica, a melhoria da renda provocou um aumento considerável do consumo interno de carnes que, somado à conquista do mercado externo, causaram uma valorização do produto (boi e carne) jamais visto.

Ocorre que essa valorização tem demandado uma maior qualificação do produto e isto fez o Brasil adotar a internacionalização dos negócios como estratégia de consolidação da nossa participação no mercado externo e fortalecimento do mercado interno.

Ao mesmo tempo, as demandas tradicionais e as novas exigências sobre a atividade têm causado a elevação dos custos e dos preços e a perda da nossa competitividade.

Como consequência geral, o fechamento e a ociosidade de indústrias, junto com a estabilização do rebanho, dos preços e do consumo, bem como, um leve declínio no volume das exportações, formam este cenário atual que requer muito diálogo e cooperação entre os elos da cadeia para a realização dos ajustes que permitam a retomada do crescimento.

Nessa linha é que a indústria da carne concorda com a proteção incondicional da rentabilidade do setor e conclama os pecuaristas para um profundo estudo sobre a elevação dos custos de produção e outros fatores que tem ameaçado a estabilidade dos negócios de toda a cadeia produtiva da pecuária.

Para tal a UNIEC solicita que seja analisado seu ingresso entre as entidades membros do FENAPEC, a fim de melhor se prontificar ao debate e a busca de soluções.

Atenciosamente,

Francisco Victer
Presidente da UNIEC
Fonte: Acrimat + Uniec

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Agro e Prosa Episódio 798 - Responsabilidade Ambiental, Social e de Governança do Grupo Bom Futuro
CNA FIAGRO: Desvendando o crédito ideal para o campo | Ouça o Agro CNA/Senar #132
Prosa Agro Itaú BBA | Agro Semanal | Doença de Newcastle no RS segue restrita a um caso
No Dia do Produtor Rural, conheça algumas iniciativas da Apta em prol de quem traz alimento para a população
Mapa reúne representantes do setor agropecuário mineiro para definir estratégias para recuperação e conversão de áreas degradadas
Safra americana pode sofrer com inverno e abre oportunidades para MT, diz especialista