Grãos não resistem à turbulência na economia e despencam na CBOT
O início da colheita nos Estados Unidos foi um dos principais fatores de pressão para os preços no pregão de hoje, tanto para a soja quanto para o milho. Além disso, a previsão ainda é de tempo seco no país durante a próxima semana, condição que deve favorecer a continuidade do bom andamento dos trabalhos de campo.
Já no cenário macroeconômico, a forte presença das preocupações e incertezas sobre a situação financeira da Europa, principalmente com a Grécia, reforçam o tom baixista do mercado nesta quarta-feira. Para completar o quadro, o dólar avançou diante de outras moedas internacionais e o petróleo e os metais preciosos registram expressivas baixas em Nova York.
O temor é de que essa situação de dúvidas, marcada pela forte aversão ao risco por parte dos traders, possa afetar seriamente a demanda pelos grãos norte-americanos, principalmente a soja, o que seria mais um fator de pressão negativa para os preços. As matérias-primas, como os metais e o petróleo, que também fecharam a quarta-feira no vermelho, os grãos, assim como as demais commodities agrícolas, sofreram uma forte pressão de venda e os fundos resolveram liquidar suas posições, forçando ainda mais o recuo de hoje.
Paralelas aos fatos, estão as expectativas que também pesam sobre o mercado na sessão de hoje. Nesta sexta-feira (30), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu relatório trimestral de estoques. A aposta dos traders para o reporte é de reservas maiores tanto de soja quanto de milho no final do ano comercial 2010/11.
De acordo com o analista de mercado Daniel D'Ávilla, da New Edgde Consultoria, a demanda já se mostra menos aquecida nos últimos dias, com apenas dois anúncios de compra de soja norte-americana na semana passada. Isso poderia resultar na divulgação dos estoques norte-americanos um pouco maiores do que o esperado.
Mesmo diante deste turbilhão de informações negativas, o analista disse ainda que essa situação pode ser revertida caso o cenário macroeconômico viva dias melhores e dê sinais de recuperação. Afinal, como explicou D'Ávilla, a queda vista nestes últimos pregões é fruto de fatores externos e não dos fundamentos. O que se precisa agora é saber com mais propriedade e certeza a situação da safra norte-americana.
Confira como ficaram as cotações no fechamento da Bolsa de Chicago:
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