Varejo, preços no atacado e estoques sinalizam fraqueza dos EUA
Num sinal de que os americanos estão cada vez mais cautelosos em gastar, em meio ao desemprego elevado e à recuperação fraca, as vendas no varejo permaneceram praticamente inalteradas no mês passado, no nível ajustado de US$ 389,50 bilhões, informou hoje o Departamento de Comércio. Analistas previam alta de 0,3%.
O mesmo órgão anunciou que os estoques das empresas cresceram 0,4% em julho ante junho, para US$ 1,526 trilhão, menos que a alta de 0,6% prevista, sinalizando receio das companhias com relação à demanda nos próximos meses.
Já o Departamento de Trabalho disse que o Índice de Preços ao Produtor (PPI) ficou estável em agosto, enquanto o núcleo subiu apenas 0,1%.
Em meio a esses dados, crescem as preocupações com a possibilidade de a economia seguir prejudicada pela incapacidade do governo de chegar a um acordo sobre o estímulo ao emprego e com o aprofundamento da crise de dívida européia. Integrantes do Fed estudam a adoção de novas medidas não convencionais para reativar a recuperação e, embora divididos, parecem dispostos a tentar facilitar ainda mais o crédito quando se reunirem nos dias 20 e 21.
“O risco de uma nova recessão continua desconfortavelmente elevado”, escreveu o economista do Credit Suisse Jay Feldman em nota.
O varejo é um importante indicador do gasto do consumidor, que por sua vez é propulsor do crescimento econômico americano. Indicadores de confiança em agosto já sinalizavam que os americanos seguem cautelosos depois do acirrado debate sobre o aumento do endividamento e em meio à volatilidade dos mercados financeiros e aos problemas na Europa.
As empresas, por sua vez, brigam por clientes em um ambiente hostil. A varejista Best Buy, por exemplo, disse hoje que o lucro em seu segundo trimestre fiscal caiu 30%, e projetou resultado fraco para o ano. “Estamos ainda enfrentando um ambiente macroeconômico incerto, com um comportamento volátil dos consumidores, e isso ficou evidente em nossos resultados do segundo trimestre”, disse o presidente e executivo-chefe do grupo, Brian Dunn, em teleconferência.
Enquanto isso, as preocupações com a inflação têm diminuído entre os membros do Fed nas últimas semanas. Na semana passada, o presidente da autoridade monetária, Ben Bernanke, disse que há pouca indicação de que os custos de energia e alimentos este ano vão se traduzir em preços permanentemente mais elevados. Muitos investidores esperam que o Fed vá anunciar na semana que vem um plano para comprar bônus de longo prazo e vender títulos curtos, num esforço para manter baixas as taxas longas.
0 comentário
Dow Jones atinge recorde de fechamento após dados econômicos favoráveis dos EUA
Dólar à vista fecha em alta pela 5ª sessão apesar de intervenções do BC
Ibovespa tem melhor mês do ano com expectativa sobre juros nos EUA
Taxas longas de juros futuros disparam com temor fiscal após alta da dívida bruta no Brasil
S&P fecha em alta após dados econômicos favoráveis dos EUA
Desemprego baixo não provoca "inflação grande" em serviços, mas preocupa, diz Campos Neto