Preço do álcool recua e volta a ser competitivo em São Paulo
O álcool voltou a ser competitivo em relação à gasolina em São Paulo. Isso ocorre depois de dois meses de desvantagem, quando a falta de produto provocou forte aceleração nos preços do combustível renovável.
Essa tendência se estenderá por outras regiões do país, uma vez que o preço do álcool hidratado -o que vai diretamente no tanque- está despencando nas usinas. Só na semana passada, a queda foi de 6,15%, acumulando 22,4% em seis semanas.
Rápida nas usinas, a queda é lenta nos postos. Os preços só começaram a cair para os consumidores há três semanas, e a queda é de 5,3%.
Os dados das usinas são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP. Já os das bombas são da Folha, que realiza semanalmente uma pesquisa de preços em 50 postos de combustível de São Paulo.
Em alguns postos paulistanos, a paridade já é bem vantajosa para o álcool, com o produto custando apenas 60% do valor da gasolina. Na média, a pesquisa indica que o preço médio do álcool recuou para R$ 1,787 por litro na semana passada, 70% do custo da gasolina, que está em R$ 2,537.
O consumidor deve ficar atento, no entanto, aos preços praticados nos postos onde costuma abastecer. A Folha apurou que alguns postos ainda comercializam o álcool a R$ 1,999 por litro, o que dá uma paridade de 75% em relação ao valor da gasolina cobrado por esses estabelecimentos.
Alguns postos, no entanto, foram mais rápidos na reposição da queda praticada pelas usinas e comercializam o álcool a R$ 1,499 por litro.
O percentual de 70% de paridade não é o único fator a que o consumidor deve ficar atento. O modelo de carro e o modo de dirigir também influenciam.
Especialistas recomendam que os consumidores façam teste com o próprio veículo para saber a paridade ideal. Alguns veículos são vantajosos até com uma paridade de 75% na comparação entre álcool e gasolina. Outros, com percentual inferior a 70%.
A alta acelerada nos preços do álcool nas usinas no início deste ano se deu devido à ocorrência de uma safra atípica em 2009, diz Antonio Padua Rodrigues, da Unica, entidade que congrega as usinas.
Houve grande oferta de produto no início de safra, o que derrubou os preços e gerou demanda. No segundo semestre, o excesso de chuva dificultou a colheita, e a oferta caiu.
No início deste ano, o abastecimento ficou complicado. As usinas tinham pouco produto para ofertar e chegaram a negociar o álcool a R$ 1,2055 por litro. O combustível chegou a superar R$ 2 nas bombas de postos de São Paulo.
Assustada com os preços, parte dos consumidores migrou para a gasolina, derrubando o consumo, que recuou para 25 milhões de litros por dia em fevereiro no centro-sul, metade dos 50 milhões de litros do período de pico de consumo.
Para Padua, o consumidor é quem determina os preços. Assim como ele saiu do mercado quando houve alta, deverá voltar quando a safra começar a tomar um ritmo mais forte. Isso deve ocorrer no final de março e início de abril.
"O problema é que o preço, de novo, pode ficar muito volátil", diz Padua. Para ele, a volatilidade é boa, mas, quando exagerada, como a de 2009, torna-se um problema. As usinas não repõem os custos de produção e o consumidor se acostuma com valores fora do normal.
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