Dólar fecha a R$ 1,89; Bovespa amarga retração de 4,06%

Publicado em 05/02/2010 16:22

A cotação da moeda americana teve um aumento moderado nesta sexta-feira, contrastando com o dia de forte nervosismo no mercado mundial, com perdas pesadas nas Bolsas de Valores.

Profissionais das mesas de operações avaliam que, perto de R$ 1,90, agentes financeiros começaram a desovar moeda na praça, atraídos pelo nível de preço, o que teria contribuído para conter as cotações. Desde o final do ano passado, a taxa de câmbio subiu mais de 8%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,891, em alta de 0,37%, nas últimas operações do dia. Trata-se do maior preço desde 1º de setembro de 2009. As taxas negociadas entre R$ 1,893 e R$ 1,863. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 2, estável sobre o fechamento de ontem.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofre perdas de 4,06%, aos 61.341 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,80 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York recua 1,45%.

A crise da dívida pública na Grécia, Espanha e Portugal fez disparar o sentimento de aversão ao risco entre os agentes financeiros nesta semana. Epicentro do novo "drama" do mercado mundial, a União Europeia viu sua moeda --o euro-- desvalorizar fortemente contra o dólar, chegando hoje a US$ 1,36, a cotação mais baixa desde maio do ano passado.

Em um mercado globalizado, a taxa de câmbio brasileira acompanhou refletiu o fortalecimento da unidade monetária americana, "refúgio" dos investidores em momentos de nervosismo, encostando no patamar de R$ 1,90, um preço perdido desde o início do setembro do ano passado.

O analista da BGC Liquidez, Mário Paiva, nota que o atual nível de preços pode ter atraído exportadores para venderem moeda na praça. "Acredito que nessa faixa de preço fica muito atraente a ponta de venda [de dólar]. Mas se essa aversão ao risco continuar aumentando, se a preocupação com a Europa continuar assombrando os mercados como ontem e hoje, em vez de R$ 1,90 ser atraente, pode ir para R$ 1,95, por exemplo", avalia o profissional.

Entre as principais notícias do dia, o governo americano revelou que a taxa de desemprego recuou para 9,7% em janeiro ante 10% em dezembro. Houve perda de 20 mil postos de trabalho no mês, frustrando as expectativas de muitos economistas, mas ainda assim, bem abaixo do "desastre" visto em dezembro, quando houve o fechamento de 150 mil vagas.

Juros futuros

O mercado de juros futuros, que sinaliza o custo do dinheiro para os bancos, reduziu outra uma vez as taxas projetadas nos contratos de prazo mais longo.

O IBGE apontou uma inflação de 0,75% em janeiro, a maior desde 2008, pela leitura do IPCA. No acumulado até janeiro, a variação positiva é de 4,59%. Economistas acreditam que a pressão dos preços deve se estender até fevereiro.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista cedeu de 9,78% ao ano para 9,77%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 10,27% para 10,23%. Esses números ainda são preliminares e podem sofrer ajustes.

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Fonte:
Folha Online

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