É preciso saber ler as pesquisas e entender o contexto da disputa entre Bolsonaro/Lula nesse momento

Publicado em 07/04/2021 16:22
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi
com Paulo Moura, cientista politico do Drexta

Estou me lixando para as eleições de 2022, diz Bolsonaro (Poder360)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta 4ª feira (7.abr.2021) que está se “lixando” para as eleições de 2022. Segundo ele, haverá uma “pancada de candidatos” no pleito. E que não é hora de “ver biografia”.

Assista ao momento (1min40seg):

Ele falou durante visita à Chapecó (SC). O presidente foi ao local para reunir-se com o prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD). Afirmou que queria obter informações sobre o tratamento precoce contra a covid-19.

Em seu discurso, disse temer problemas sociais “gravíssimos” no país e que conversa com as Forças Armadas para evitar esse cenário.

“Se eclodir isso no Brasil, o que vamos fazer? Temos efetivo para conter a quantidade de problemas que vamos ter pela frente? E outra, é uma explosão por maldade ou por necessidade? O que devemos fazer para evitar isso daí. Como nos preparar? Não é hora de ver biografia. Estou me lixando para 2022. Vai ter uma pancada de candidato aí.”

Segundo Bolsonaro, seria muito mais fácil ficar quieto, acomodar-se, e não tocar no assunto de uma eventual crise. “Acho que sou o único líder mundial que apanha isoladamente”, declarou.

Segundo o chefe do Executivo, muitas pessoas pedem um lockdown nacional  em todo o país. “O mais fácil é ficar do lado da massa, da grande maioria”, declarou ele. E prosseguiu: “O nosso Exército Brasileiro não vai à rua para manter o povo dentro de casa”. “A liberdade não tem preço”.

Lira e Pacheco sugerem uma nova versão para a Lei de Segurança Nacional

Dupla é contra invalidar LSN; Câmara deve votar projeto; Deputado pedirá urgência (no Poder360)

Rodrigo Pacheco e Arthur Lira demonstraram preocupação com a Lei de Segurança Nacional; o governo Bolsonaro tem utilizado a lei contra críticos

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sugeriram que a LSN (Lei de Segurança Nacional) ganhe uma nova versão, a ser decidida pelo Congresso Nacional. A possibilidade foi citada pelos congressistas durante um seminário do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) sobre a lei e seu uso no país.

A LSN foi criada durante a ditadura militar e permite que opiniões políticas sejam tratadas como ameaças à segurança nacional. A lei tem sido usada em inquéritos que investigam manifestações e comentários contrários ao governo Bolsonaro. Isso motivou críticas de políticos e desconforto em setores dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Lira afirmou que a Câmara está comprometida em votar uma nova “lei de defesa do Estado democrático de Direito“. O presidente da Casa disse que já conversou sobre o assunto com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso, que também participou do evento, e que os congressistas sabem que esse é um tema urgente.

O deputado informou que já existe um grupo de trabalho formado sobre o tema. Coordenado pela deputada Margarete Coelho (PP-PI), o grupo conversou com todos os partidos para a apresentação do PL (projeto de lei) 6764/2002, que deve ser levado a plenário na semana que vem.

“A nova lei de defesa do Estado democrático de Direito é prioridade para a Câmara dos Deputados“, disse Lira. “Na 5ª feira [8.abr] agora, vamos combinar, na reunião dos líderes, a votação da urgência desse projeto já na próxima semana“. O deputado afirmou ainda que é necessário que a proteção do Estado democrático não fique restrita à LSN, que pode ter trechos suprimidos pelo STF.

Lira afirmou que os deputados entendem que o uso da lei não é mais concebível no Brasil. “A defesa da democracia, do Estado amplo, em que as pessoas possam expressar sua opinião é um compromisso“.

Pacheco também afirmou que tem discutido o tema com o Judiciário. O presidente do Senado afirmou que a Casa está avaliando uma reforma do Código Penal e que o Senado está preocupado com a LSN e uma eventual nova lei. Ele afirmou que “a defesa intransigente da democracia” é um dos 3 temas nacionais atuais, junto à pandemia e à desigualdade social.

“Parece óbvio, mas nos momentos atuais do Brasil, precisamos dizer que nós vivemos em um ambiente de democracia e esse ambiente precisa ser preservado“, disse Pacheco. O senador afirmou ainda que é preciso ter uma lei para a proteção da democracia e que a LSN não é adequada para isso.

Lira e Pacheco sinalizaram ainda que são favoráveis à supressão de  trechos da LSN, mas não que a lei seja completamente invalidada. Segundo eles, a lei tem dispositivos para conter qualquer “vulnerabilidade pretendida da democracia“.
“Desvalidá-la por completo pode ser um risco inclusive para o Estado democrático de Direito por não haver instrumentos aptos para poder se conter esse tipo de iniciativa, esse tipo de movimento, que visa a atentar contra a democracia”, disse Pacheco.

Flávio Bolsonaro reclama de “provocação” e registra B.O. contra Ivan Valente

Senador afirma que sofre perseguição; Deputado acionou o MP por mansão; MP-DFT iniciou investigação do caso

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) (à direita) registrou boletim de ocorrência contra o deputado Ivan Valente (Psol-SP)

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) registrou, nesta 3ª feira (6.abr.2021), um boletim de ocorrência contra o deputado Ivan Valente (Psol-SP) na 5ª Delegacia de Polícia Civil de Brasília (DF). Eis a íntegra (112 KB).

No documento, o senador afirma que o MP-DFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) instaurou investigação contra ele, nessa 2ª feira (5.abr), apenas por “provocação” do congressista do Psol.

Em 18 de março, Ivan Valente entrou com representação junto ao órgão pedindo investigação sobre o empréstimo concedido ao senador pelo BRB (Banco de Brasília) para a compra de uma mansão de R$ 6 milhões no Lago Sul, em Brasília.

O MP-DFT abriu, na 2ª feira (5.abr), um procedimento para apurar as condições do empréstimo de R$ 3,1 milhões do Banco de Brasília a Flávio. O órgão investiga se a transação foi concedida nas condições normais do banco a qualquer pessoa. O senador não é investigado diretamente no caso.

Na ocorrência, a polícia afirma que “a vítima [Flávio] informa que tem absoluta convicção de estar sofrendo novamente o crime de denunciação caluniosa”.

“É uma prática constante, com o único objetivo de tentar incriminá-los de forma fraudulenta, via o uso do aparato estatal e, ao mesmo tempo, produzirem um tsunami midiático permanente em desfavor da família Bolsonaro, em verdadeira perseguição política obsessiva”, diz o boletim.

Nas redes sociais, Ivan Valente criticou o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. “Ao invés de tentar intimidar oposição, Flávio Bolsonaro deveria explicar seus inúmeros casos suspeitos. A começar pelas reuniões com o secretário da Receita para tratar de interesses pessoais, depois não quer ser acusado de tráfico de influência”, escreveu.

ENTENDA O CASO

O BRB financiou parte da compra de uma mansão de R$ 5,97 milhões em Brasília. O imóvel tem 936 m² de área construída e 2.400 m² no total, segundo a escritura. O Poder360 teve acesso ao documento, que registra a aquisição da casa por Flávio e sua mulher, Fernanda Antunes Bolsonaro.

A entrada foi de R$ 2,87 milhões. Os R$ 3,1 milhões restantes foram financiados em 360 meses pelo BRB, com taxa de juros nominal de 3,65% ao ano. O valor é abaixo da inflação, que ficou em 4,52% em 2020.

De acordo com a escritura, o valor a ser pago mensalmente é de R$ 18.040,27. O senador tem renda fixa declarada de R$ 28.307,68, e sua mulher, de R$ 8.650. A prestação consumiria 49% dos rendimentos do casal.

O valor somado das rendas de Flávio e da mulher (R$ 36.957,68) é menor que o mínimo exigido pelo banco para a aprovação de financiamentos nessas condições. De acordo com o simulador disponível no site do BRB, seria necessária renda mensal de, pelo menos, R$ 46.401,25.

Em vídeo publicado no Facebook em 2 de março, o senador Flávio Bolsonaro negou irregularidades.

“Eu vendi um imóvel que eu tinha no Rio de Janeiro, vendi uma franquia que possuía, também no Rio de Janeiro, e dei entrada numa casa aqui em Brasília. E a maior parte do valor dessa casa está sendo financiada com o banco com uma taxa que foi aprovada conforme o rendimento familiar, como qualquer pessoa no Brasil pode fazer”, declarou Flávio.

A assessoria do senador confirmou ao Poder360 que a franquia que ele vendeu no Rio de Janeiro foi a da Kopenhagen, que é alvo de investigação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) pela suspeita de ter sido utilizada para lavagem de dinheiro obtido a partir de um esquema de “rachadinha”.

Em nota, o BRB declarou que as taxas de juros praticadas pelo banco estão disponíveis a todos os clientes, “conforme análise de risco de crédito”.

“O financiamento mencionado pela reportagem diz respeito a uma operação de crédito tradicional do BRB, cujas condições são disponibilizadas a todos os seus clientes. Conforme já divulgado pela imprensa, 87% dos clientes que contrataram operação semelhante tiveram acesso a taxas inferiores à praticada”, disse o banco.

A concessão de qualquer operação de crédito, afirmou o BRB, “segue padrões e normas bancárias e se fundamenta em documentos e informações fornecidos pelos clientes e/ou em informações de mercado disponíveis sobre os clientes”.

De acordo com o banco, “todas as operações de crédito imobiliário no banco são submetidas a avaliação e consideram renda individual ou composição de renda, seguindo práticas do mercado bancário brasileiro”.

Em divulgação da casa, a imobiliária Alladyno Imóveis publicou um vídeo em seu perfil no Facebook. Assista:

 

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Fonte:
Notícias Agrícolas/Poder360

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