Brasileiro em Londres conta como população reagiu ao anúncio da nova variante do coronavírus e as medidas adotadas pelo governo

Publicado em 22/12/2020 09:59 e atualizado em 22/12/2020 11:57
Daniel Carvalho dos Santos - Bancário
Daniel Carvalho relata contágio maior em pessoas jovens e detalha restrições para os encontros de final de ano

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Entrevista com Daniel Carvalho dos Santos - Bancário sobre o lockdown no Reino Unido

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Após passar por uma primeira onda da Covid-19 com restrições rígidas em Londres a partir de março, um segundo lockdown de 20 dias em novembro, sem resultados efetivos, e o anúncio de uma nova cepa do vírus, o brasileiro Daniel Carvalho dos Santos, que vive em Londres, conta que uma nova regra de restrição foi criada para tentar conter o avanço desta segunda onda.

Esta nova determinação, chamada de 'Tier 4', é mais branda que o lockdown que foi enfrentado no início do ano pela população. O brasileiro relata que o anúncio da medida foi feito pelo primeiro-ministro Boris Johnson logo após a descoberta de uma variação do vírus que tem maior contágio e afeta com mais severidade não só idosos, mas também pessoas mais jovens. 

O novo momento para a população britânica é de restrição geográfica, por não poder deixar a cidade, apenas supermercados e farmácias permanecem em funcionamento, restaurantes trabalham apenas em esquema de delivery, não é permitido permanecer fora de casa após as 22h e nem "misturar pessoas de duas casas diferentes", inclusive nas festividades de final de ano.

"O Natal e o Ano Novo terão de ser comemorado entre as famílias e amigos de maneira virtual, e aqui as pessoas respeitam muito as regras, seja pela questão cultural ou pelo peso das multas previstas", aponta.

Conforme Santos conta, ainda durante as festas de final de ano em 2019 já se sabia sobre a ocorrência da doença na China, mas não era esperado que a Covid atingisse outros países com tanta força. 

"No final de março foi decretado o lockdown extremo, com o comércio praticamente todo fechado. as pessoas não podiam sair de casa, apenas para ir ao mercado ou farmácia, mas com restrição de bairro, e também havia um limite de quantidade de itens que podiam ser comprados no supermercado, porque as pessoas entraram em pânico", disse. 

Daniel Santos relata ainda que em junho as regras começaram a ser flexibilizadas, sendo permitido a reabertura de lojas, bares e restaurantes, passeios nos parques, mas sempre com o uso de máscaras e a manutenção do distanciamento social. O governo ainda criou uma espécie de "auxílio emergencial", no qual o Governo britânico arcava com 80% do salário das pessoas que o empregador não conseguiria manter, competindo às empresas pagar 20% do vencimento. 

"Com essa flexibilização, algumas pessoas começaram a extrapolar, até pela questão da saúde mental e por não aguentar mais a situação, e passaram a viajar para outras regiões e para outros países. Isso, somado à chegada do inverno, fez com que o número de contaminados e de mortes voltassem a aumentar", relata.

Em novembro, conforme Santos explica, foi decretado um novo lockdown, desta vez, de 20 dias, finalizado no início de dezembro. "Mas desta vez, durante o lockdown, os números permaneceram os mesmos, e depois que terminou, passaram a aumentar. Há duas semanas foi notado que o contágio entre pessoas mais jovens, na faixa dos 25 a 35 anos, aumentou, e os noticiários anunciaram a variação do vírus".

Agora, com a nova variação, descoberta em meio à campanha de vacinação, o Governo decretou a nova medida de restrição, o Tier 4, para tentar conter o agravamento da pandemia em Londres. 

 

 

 

Nova cepa do coronavírus leva pelo menos 40 países a restringir ligações aéreas com Reino Unido 

(em O Globo) 

Mais países suspenderam o desembarque de voos provenientes do Reino Unido , elevando para 40 o número de nações que adotaram restrições na relação com a ilha britânica desde a descoberta de uma variante do coronavírus com potencial mais contagioso. A dez dias do Brexit, os britânicos temem enfrentar problemas, como caos nos transportes e escassez de alimentos. O governo realizou reunião de emergência e garantiu que as cadeias de suprimento são “sólidas”.

A nova cepa do vírus fez a Organização Mundial da Saúde pedir que governos continuem aplicando medidas sanitárias que já demonstraram eficácia para conter o avanço da pandemia. O chefe de emergências da OMS, Michael Ryan, disse que a mutação “não está fora de controle”.

O que diz a ciência: uma mutação capaz de anular a eficácia de imunizantes contra o coronavírus pode demorar anos. Cientistas admitem, no entanto, que a variante identificada no Reino Unido é motivo de preocupação.

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Por:
Aleksander Horta e Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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