Senadores atrelam pacto federativo à Previdência e prometem promulgação até 10 de outubro

Publicado em 13/08/2019 23:03

BRASÍLIA (Reuters) - Senadores fecharam acordo e definiram um calendário de votação da reforma da Previdência com promulgação prevista para o dia 10 de outubro, tendo como contrapartida a discussão de ao menos sete medidas relacionadas ao chamado pacto federativo, informaram lideranças da Casa.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), trabalha com a ideia de promulgar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com as novas regras previdenciárias entre os dias 8 e 10 de outubro. Também adiantou que pretende trabalhar pela celeridade da tramitação das propostas do pacto federativo.

“O calendário de 60 dias é muito razoável”, disse o presidente do Senado a jornalistas.

“Vamos quebrar tudo o que tiver que quebrar para ajudar os Estados e municípios”, afirmou, referindo-se a prazos regimentais das propostas ligadas aos entes federativos.

Segundo o senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidiu a comissão especial da Casa que acompanhou as discussões da reforma da Previdência enquanto ela tramitava na Câmara, são sete as medidas do pacto federativo agora atreladas à discussão da reforma da Previdência.

Temas como o fim da Lei Kandir, partilha de recursos da cessão onerosa, do fundo social e a prorrogação de prazo para o pagamento de precatórios serão temas de quatro PECs. Projetos de lei tratarão de temas como a securitização de dívidas, o chamado Plano Mansueto e também o pagamento de 4 bilhões de reais por conta da Lei Kandir.

“A maioria dos senadores deixaram bem claro de só votar a reforma da Previdência com um calendário para a aprovação dessas matérias”, disse Alencar a jornalistas, acrescentando que tanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão cientes do acordo.

“Esse acordo praticamente dá a condição de se aprovar a reforma da Previdência”, afirmou o senador, informando também que Guedes deve ir ao Senado na próxima semana para referendar o acordo.

De acordo com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ainda haverá conversas com o ministro da Economia para definir que assuntos serão objetos de novas propostas e que temas poderão ser aproveitados em medidas que já tramitam no Congresso, caso da securitização e da cessão onerosa, por exemplo.

O líder, que calcula ter entre 56 e 60 votos favoráveis à reforma da Previdência --acima do mínimo exigido de três quintos do plenário, patamar equivalente a 49 senadores-- afirma que o acordo permitirá a destinação de novos recursos a Estados e municípios provenientes tanto da cessão onerosa quanto do Fundo Social do pré-sal.

“Na cessão onerosa, 10,5 bilhões de reais vão para Estados, são partilhados através dos critérios do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e 10,5 bilhões de reais vão para os municípios, que serão partilhados de acordo com os critérios do FPM (Fundo de Participação dos Municípios)”, explicou Bezerra.

“A União não está abrindo (mão de) um milímetro dos recursos de receita corrente”, afirmou o líder.

Segundo senadores que participaram da reunião na tarde desta terça-feira com Alcolumbre e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Simone Tebet (MDB-MS), em que o acordo foi fechado, deve haver uma comissão geral em plenário para debater o tema.

Presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), realiza reunião de líderes.   Participam: presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP);  senadora Daniella Ribeiro (PP-PB);  senadora Simone Tebet (MDB-MS);Marcos Brandão/Agência Senado

Senado deve concluir votação da reforma da Previdência em 2 de outubro

Os líderes de partidos do Senado definiram nesta terça-feira (13) o calendário da tramitação da proposta de reforma da Previdência. A agenda divulgada prevê que a Proposta de Emenda à Constituição seja votada no plenário em primeiro turno em 18 de setembro e, em segundo turno, no dia 2 de outubro.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) descartou que o prazo de 60 dias previsto para tramitação da PEC seja “atropelado” como tem criticado parlamentares contrários à medida. Segundo o parlamentar, a comissão especial do Senado criada para acompanhar a proposta durante a tramitação na Câmara, já atua a cerca de cinco meses na Casa.

“Eu respeito a posição de todos os senadores, acho legítimo, e eles estão cumprindo o seu papel para que possam se manifestar. Mas, o Senado Federal criou uma comissão especial que já tem mais de 150 dias de constituída com senadores de todos os partidos políticos, que teve à frente desta comissão especial com intuito de acompanhar o andamento da reforma na Câmara dos Deputados”, disse. 

“Um calendário de 60 dias é muito razoável dentro do que o Brasil aguarda do Senado Federal e dentro do que, tendo em vista do que nós fizemos com a comissão especial, é sem dúvida a possibilidade dentro do Senado Federal de continuarmos debatendo essa matéria”, completou Alcolumbre.

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Fonte:
Reuters/Agencia Brasil

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