Plano Safra: Apesar de redução, taxa de juros fica acima da Selic e surpreende o setor

Publicado em 06/06/2018 16:35
Jefrey Kleine Albers - Economista do Departamento Técnico da FAEP
Apesar de favorecer o setor, principalmente entre os custos, redução nas taxas de juros poderia ter sido mais substancial diante desse novo cenário de uma estabilidade - mesmo ainda tímida - da economia. Nesta temporada, produtor poderá optar ainda por uma taxa variável de juros, balizada pelo IPCA.

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Entrevista com Jefrey Kleine Albers - Economista do Departamento Técnico da FAEP sobre o Plano Safra

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Nesta quarta-feira (6), o Governo Federal anunciou, em cerimônia no Palácio do Planalto, os novos recursos para o Plano Safra, que conta com US$194 bilhões destinados ao custeio, investimento e comercialização para o setor agrícola.

Dentre os destaques, está a redução da taxa de juros em 1,5%, sendo estabelecidas assim em 6% ao ano para os médios produtores e 7% aos demais.

Jefrey Kleine Albers, economista do Departamento Técnico da FAEP, destaca que a Federação não esperava que esse aumento fosse tão expressivo diante da condição do país, mas que a expectativa seria de um anúncio de mais de R$200 bilhões.

Ele também aponta que, com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), os produtores terão que se adequar ao programa de regularização ambiental, de forma que as taxas de juros diferenciadas podem trazer um estímulo para a recuperação de Reserva Legal com o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono).

Além do crédito de custeio e investimentos, o Governo Federal ainda irá destinar R$2,6 bilhões para o apoio à comercialização e R$600 milhões para subvenção ao seguro rural.

Para Albers, este é um número aquém das necessidades dos produtores neste momento - o número ideal, na análise da FAEP, seria de R$1,2 bilhões. Assim, os produtores terão de realizar uma gestão do risco para fazer uso desse recurso de uma melhor forma.

O economista, por sinal, salienta essa tecla de que não basta melhorar os recursos, como também é necessário fazer uma gestão da propriedade de forma adequada.

Quanto às taxas de juros, ele avalia que "não podemos ser radicais e não entender que essa redução não é expressiva para reduzir os custos financeiros da propriedade e contribuir para o produtor".

Ele também ressalta que esse novo Plano veio em um momento delicado para o governo, no qual ele está mais exposto e fragilizado. Desta forma, o economista acredita que a proposta atual é condizente dentro do panorama.

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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