Rabobank projeta soja entre US$ 9,80 e US$ 10,00 na média de 2018 e milho com preços até 10% maiores em relação ao ano passado

Publicado em 16/01/2018 16:53
Analista afirma que 2018 é um ano de disciplina na comercialização onde a margem de lucro apurada é mais importante do que o preço praticado pelo mercado

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Victor Ikeda - Analista de grãos da Rabobank

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Victor Ikeda, analista de grãos do Rabobank, conversou com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (16) para destacar as previsões para o ano de 2018 relativas à produção de soja e milho no Brasil.

Anteriormente, o Rabobank havia divulgado uma projeção de 107 milhões de toneladas para a soja. Contudo, essa previsão foi revisada após a regularização das chuvas em dezembro em boa parte do país, excetuando os problemas pontuais como o veranico no Rio Grande do Sul. Desta forma, a nova projeção é de 110 milhões de toneladas - não seria uma safra recorde, mas seria a segunda maior da história do país.

Com os problemas na safra argentina, os preços tendem a se aproximar dos US$10/bushel ao longo do ano. O Rabobank também adiciona como fator importante para este cenário a leve redução de produção que está prevista para a próxima safra dos Estados Unidos.

O consumo mundial, por sua vez, segue de maneira crescente. O que dá volatilidade para o mercado é a oferta, como lembra Ikeda. A China vem consumindo mais carne e, consequentemente, conta com uma maior produção de ração, para a qual o farelo de soja é extremamente utilizado. 80% da demanda adicional da China nos próximos dez anos, segundo os estudos do Rabobank, deve vir do Brasil, que tem potencial para expandir sua produção sobre 70 milhões de hectares agricultáveis de pastagens degradadas.

Por outro lado, a mistura mandatória do biodiesel no diesel brasileiro a partir desde ano também deve impulsionar a demanda interna.

Grafico 01

Milho

Para o milho, o Rabobank acredita em uma manutenção de área, mesmo com um possível atraso do milho safrinha. O que deve diminuir é a produtividade, já que os produtores podem optar por redução de tecnologia. Desta forma, a projeção é de uma safra de 88 milhões de toneladas, 10% menor do que em 2016/17. O consumo está estimado em 58 milhões de toneladas.

As exportações do cereal tendem a ser mantidas em 30 milhões de toneladas. O milho brasileiro está competitivo no mercado internacional e os estoques podem ser menores ao final da safra, o que indica preços mais elevados para 2017/18.

A dica de Ikeda é que os produtores não trabalhem especulando com preços e, sim, voltados para a margem. Em uma safra recheada de cautelas, a margem de erro pode ficar menor.

Grafico 02

Confira também entrevista com o consultor de mercado,  Ênio Fernandes:

>> Com demanda firme, preços internos devem reagir no 2º semestre e ano pode encerrar com o menor estoque desde 2012

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    A afirmação dos us$ 9,80/10,00 por bushel como preço para 2018 é acadêmica e impírica, distantes da realidade. O preço do produto é o valor que esta sendo negociado (business level) e a soja brasileira tem eu seu preço final embutido 80 cents de dólar por bushel como prêmio, o que resulta na equivalência de us$ 10,47 por bushel ou o preço real do produto que é o valor em que o ofertante aceita transferir um produto ou ativo para o demandante e que este aceita pagar/adquirir. Por obviedade o preço da CBOT está defasado e indica que, em algum tempo, irá se aproximar do preço de negociação.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Liones, você tocou num ponto, que nunca foi discutido: O PRÊMIO...

      Segundo consta esse prêmio é pago para aqueles que têm a soja disponível (em seu próprio silo).

      Como os produtores devem se comportar frente as suas cooperativas, para receber esse prêmio na comercialização, haja vista, que a soja que se encontra no silo da cooperativa é de sua propriedade, pois ele (produtor rural) entregou o produto e é sócio do silo, onde seu produto está depositado.

      Porque esse assunto nunca veio à tona nas inúmeras palestras de comercialização? Que tabu é esse?

      Essa é mais uma "parte que me toca" dos burgueses que administram o capital cooperativo?

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    • dejair minotti jaboticabal - SP

      O preço de mercado é o determinante,o premio é uma situação no momento,pode haver como não,quando um analista prevê o valor do bushel penso que ele não acrescenta o prêmio,os fundos que operam CBOT mantém um preço que mantém a galinha de ovos de ouro(produtor americano) animado para produzir e vender para China.Como diz sempre o Liones "excelente sua pergunta Paulo Roberto",funciona assim:cooperativa não tem lucro,tem sobras,as raras cooperativas no fim do exercício distribui as sobras e o premio esta embutido na sobra, outras já previamente combinado um da turma que manda,quando perguntam na assembléia de fim de exercício:'Que faremos com a sobra?,o encarregado do teatro levanta e fala:Proponho que a sobra seja investida nos nossos negócios(dos burgueses ou os que mandam), os produtores menores se calam e segue o enterro. Sería de boa monta se um desses burgueses pudesse me esclarecer esse negócio de um homem um voto.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Liones, quero reforçar que sou um analfabeto nessa área, daí as perguntas que faço. As vezes podem achar que estou discordando, mas sou um aprendiz em todos os seus comentários e, não estou tentando colocá-lo numa situação incomoda com tantas perguntas, às vezes, algumas descabidas, mas pode "puxar a orelha" do velho matuto que não foi prudente em escrever o seu comentário. ESSE É O TRABALHO DOS MESTRES... mostrar-nos o caminho correto. Aqui neste espaço do FALA PRODUTOR ... Mais aprendo do que ensino... Que digam os integrantes da equipe do site (nas correções)... MAIS UMA VEZ OBRIGADO ... POR ME SUPORTAREM !!!

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    • dejair minotti jaboticabal - SP

      Endosso seus dizeres Paulo Roberto, estou na mesma situação.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Senhores, a comercialização da soja é um dos negócios mais sérios e justos que existe no mundo, tanto o é que praticamente todos os negócios são feitos por telefones e cumpridos tale-quale. Todos os preços existentes tem o prêmio embutido no somatório do preço da CBOT mais o prêmio, tanto faz se é no interior, no porto ou mesmo FOB (livre a bordo) no navio. Portanto, onde você ouvir um preço o prêmio estará embutido. O padrão de qualidade é min 18,5% de óleo, base 35% de proteína, max 14% de umidade e base 1% de impurezas. O produtor colhe a soja e entrega para a cooperativa e/ou cerealista, estes beneficiam a soja porque precisam colocar no padrão comercial/industrial. Acontece que se você entrega a soja com 15% de umidade ou mais, tem que ligar o secador e já se atribui um desconto de 3% de custos e mais o desconto de 1% que é água e assim sucessivamente. Na impureza a mesma coisa tudo que passar de 1% tem desconto de 1:1 pro-rata. O excesso de umidade ainda é mais grave porque se for armazenada com umidade irá danificar a soja que esta no armazém, irá comprometer a qualidade produto. A soja ardida por excesso de umidade aumenta a acidez do óleo de soja (max 1%) para 6 a 7% e também tem esse percentual descontado. Ademais o farelo dessa soja perde a solubilidade e não é aceito pelos formuladores ou consumidores de ração porque existe elevada tecnologia na criação e apronte dos rebanhos. Há de se considerar que se o produtor deixa a soja no recebedor por muito tempo, existe a quebra técnica que também pode ser descontada de acordo com o padrão do armazenador, também atribui-se quebra técnica no transporte da soja interior até o porto. Cada vez mais aumenta as exigências sobre a qualidade por programas de segurança alimentar que precisam estar de acordo com a legislação internacional, do contrário não conseguem a certificação para exportar. A melhor definição do prêmio no Brasil é ágio/deságio e racionalizando é o complemento do preço da CBOT, onde existe o encontro dos interesses de ofertantes e demandantes, pode-se se dizer que o preço cotado na Bolsa de Chicago está abaixo do mercado físico, ou defasado. Nosso sistema cooperativista é exemplo para o mundo. Atualmente o congresso americano elaborou a nova política agrícola com benefícios de incentivos de impostos para os produtores que negociarem seu produto com as cooperativas. Neste caso dificultaria em muito os negócios das tradings que estão reunidas com as entendidas dos produtores tentando achar uma forma mais adequada para não prejudicar a comercialização. Com os chineses visitei e discutimos o sistema cooperativista brasileiro que pretendem introduzir na China. Existem outros detalhes comerciais que são relevantes mas ainda verdadeiros que podem e devem ser solicitados na palestras e/ou seminários.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Dejair, se me permite, parafrasear os mestres: "Boa pergunta Sr. Dejair"... Aproveitando o ensejo, gostaria de fazer uma analogia, meio caipira.

      O cooperativismo REDISTRIBUI os ganhos ...& ... o socialismo REDISTRIBUI a riqueza... ou seja, são sistemas onde a burocracia e a aristocracia predominam, pois somente os iluminados têm a capacidade de enxergar o que é bom para o coletivo (que somos nós, os indivíduos nércios) que precisam serem tocados como gado.

      Está comprovado que o sistema administrativo governamental, com sua Democracia Representativa está falido, pois de "desvio em desvio" se desmantelou, chegando ao cúmulo da maioria dos Ministros de Estado estarem envolvidos em denúncias e, para finalizar o atual presidente da República indica um nome para o Ministério do Trabalho que não passa nem no "exame de fezes" para assumir o cargo, pois é ré em processos trabalhistas.

      SERÁ QUE SE FOR FEITO UM PENEIRAMENTO NO "COOPERATIVISMO" BRASILEIRO, PASSA ALGUM GRÃO NA PENEIRA ???

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Ainda sobre corporativismo, Ops!... Cooperativismo.

      A narrativa é de tornar os pequenos produtores, com a união em fortes produtores e, para isso é cobrado uma taxa de capitalização de HUM por cento do Valor Bruto da Produção (VBP).

      Bem, vamos lá: Se o VBP for R$ 100.000,00.

      A taxa será R$ 1.000,00.

      Mas, existem aí os custos operacionais e fixos (COF)

      Se o COF for R$ 50.000,00.

      O cooperado terá uma renda líquida (RL) de R$50.000,00 e, a "taxa" de R$1.000,00 irá corresponder a DOIS por cento de sua RL.

      Numa outra condição (hipotética), onde, por política governamental, ou outros fatores exógenos o seu COF foi de R$ 90.000,00;

      A sua RL será R$10.000,00, mas a sua taxa mante-se a R$1.000,00.

      Logo, ele está capitalizando a cooperativa com um valor referente a DEZ por cento de sua RL.

      Entendo que: A cooperativa vai continuar forte e, "ele" (produtor pequeno) vai virar PÓ !!!

      ESSA É A TRISTE REALIDADE !!! ... (na visão de um velho matuto)

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    • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

      Parabéns ao sr. Liones por essa explicação sobre o mercado de soja. Essa postagem devia ser leitura obrigatória aos sojicultores. A mim ao menos me ajudou a ser menos ignorante sobre um mercado tão complexo.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Sr. Rensi, se você se interessar, os negócios de soja brasileira para exportação são governados pelo contrato ANEC 41 com extensão ao contrato no. 4 a FOSFA (Federation of Oils, Seeds and Fats Association Ltd.), mas esses contratos não incluem os Termos chineses (China Terms) que solicita um outro feixe de certificados e fumigação que tem custo adicional. Os contratos ANEC estão disponibilizados no site da ASCB - Associação das supervisoras e controladoras do Brasil, (www.ascb-br.com.br/index.php/home/8/8-contratos-anec). No meu entendimento, quanto o mais o produtor souber sobre a comercialização tanto melhor e mais saudáveis serão os negócios. Abraços

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Ou a quem interessar possa !!

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Grande Liones... QUERIA TER UM FILHO ASSIM...

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