Leite: Maior produção e queda na demanda pressionam preço médio
O aumento na captação de leite na maioria dos estados e o enfraquecimento da demanda interna pressionaram o valor médio pago ao produtor pela primeira vez neste ano. Segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os preços do leite caíram em todos os estados acompanhados, com exceção da Bahia e de Santa Catarina.
O preço médio bruto nacional (“média Brasil”) pago ao produtor (que inclui frete e impostos) foi de R$ 1,1011/litro em novembro, redução de 1,5% (ou de 1,67 centavo) em relação a outubro. O preço líquido médio (sem frete e impostos) caiu 1,87%, passando para R$ 1,0196/litro. Estas médias, calculadas pelo Cepea, são ponderadas pelo volume captado em outubro nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA.
O aumento da captação na maioria dos estados analisados esteve atrelado à recuperação dos pastos, devido ao retorno das chuvas. De setembro para outubro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) aumentou significativos 3,93%, passando para 162,24, patamar recorde. Com exceção do Rio Grande do Sul e do Paraná, todos os demais estados registraram alta na captação de leite em outubro, com destaque para Goiás e Minas Gerais, onde os crescimentos foram de 15,1% e de 6,25%, respectivamente.
Segundo indicações de agentes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea, para o próximo mês, a expectativa é de nova queda nos preços do leite. A maioria dos agentes entrevistados (88,9%), que representa 94% do leite amostrado, indica que haverá baixa nos valores em dezembro. Outros 10,2% dos agentes, que representam 5,1% do volume amostrado de leite, acreditam em estabilidade. Apenas 0,9% espera alta para o próximo mês.
No mercado de derivados, o enfraquecimento da demanda, diante dos elevados patamares de preços nos últimos meses, influenciou a baixa nos valores dos produtos lácteos. Os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados no atacado de São Paulo em novembro (cotados até o dia 27) fecharam em R$ 2,18/litro e R$ 12,81/kg, respectivamente, 5,65% e 2,12% inferiores às médias de outubro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).
AO PRODUTOR – Em novembro, houve queda no preço bruto do leite pago ao produtor em praticamente todos os estados acompanhados pelo Cepea, com exceção da Bahia e de Santa Catarina, onde as altas foram de 1,41% e de 0,21%, respectivamente.
Dentre os estados que compõem a “média Brasil”, Minas Gerais teve o maior preço em outubro, de R$ 1,1340/litro, seguido por Goiás, com média de R$ 1,1315/litro. Estes mesmo estados também registraram as maiores quedas, de 2,01% e 2,19%, respectivamente. Paraná fechou em R$ 1,1027/litro, São Paulo, R$ 1,0984/litro, Santa Catarina, R$ 1,0783/litro, Bahia, R$ 1,0648/litro e Rio Grande do Sul, R$ 1,0320/litro.
Quanto aos estados que não compõem a “média Brasil”, houve queda de 2,07% no Rio de Janeiro e 0,33% no Espírito Santo. Já em Mato Grosso do Sul e no Ceará, os aumentos foram de 2,04% e 0,35%, respectivamente.
Veja gráficos e tabelas abaixo.
Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - OUTUBRO/13. (Base 100=Junho/2004)
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em NOVEMBRO referentes ao leite entregue em OUTUBRO
Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (Out/13) (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)
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