Fala Produtor - Mensagem

  • Jose Eduardo Reis Leao Teixeira Varginha - MG 01/09/2009 00:00

    O inicio tardio!

    A concorrência não significa guerra, mas estratégias para valorizar os produtos. Quem não utilizar das vantagens competitivas que seu produto contenha, em comparação ao produto do concorrente caminhará para o fracasso.

    Ao compararmos o que ocorre entre cafés Arábicas X Robustas/Conillon a dedução matemática simples leva a conclusão imediata de que o blend, em sua maioria, está em 50%.

    Este fato, por si só e independente das qualidades e propriedades de ambos, se traduz por concorrência. Desta forma, não há outro caminho a não ser a distinção absoluta dos mesmos, sob todos os aspectos.

    A cafeicultura de Arábica “dormiu no ponto”. Não percebeu a necessidade, há muito, de lutar por competitividade. Ficou atrelada aos aspectos técnicos agronômicos e se esqueceu da eficiência comercial. Esqueceu de valorizar seu produto. Perdeu espaço, perdeu consumidores de um bom café. Deixou que o concorrente Robusta/Conillon se apropriasse de sua fama, o qual “deitou e rolou”, tirando proveito ao máximo sob os aspectos econômicos e financeiros.

    Desta forma, a cafeicultura de Arábica, necessitando e não apenas desejando, terá de mudar radicalmente sua postura pela sobrevivência. Terá de se armar com ferramentas profissionais para uma virada completa de cenários, mudando radicalmente de postura e posição.

    Se houvesse união entre os dois focando a cafeicultura nacional no sentido de atingir o objetivo comum seria ótimo, mas não acredito nesta hipótese. Neste caso, terão de se mostrar competitivos, e para isto será necessário ataques aos aspectos negativos que possa o produto adversário apresentar. Não há como ser diferente, pois o que está em risco é a sobrevivência da atividade Arábica.

    Portanto, a mudança estratégica se inicia pela ativação da Associação Brasileira de Café Arábica – ABCA-, através de suas propostas e ações imediatas, tão logo se confirmem os devidos apoios e adesões.

    Sobre inimigos, estes sim, surgirão imediatamente após a confirmação desta ativação e assim, todos os produtores os conhecerão de imediato, pois com certeza darão as “caras”, com ataques a esta necessária e imperiosa ação. Possuem em seus objetivos o produto café, mas absolutamente desejam a eficiência e independência da atividade, ou seja, a perpetuação da dependência do produtor para eles é necessária, para assim ficarem com o campo livre para o exercício pleno de suas ganâncias.

    A guerra a estes inimigos está declarada, e será interessante ouvir e rebater as argumentações inconsistentes que se apresentarão no campo das batalhas. Estes, acostumados a dominar e comandar pelo grito, sentirão reações contrárias de mesma intensidade e força. Será o exercício pleno do profissionalismo e competência elaborando e executando ações por soluções, há tempos necessárias e nunca praticadas.

    Estamos em posição. Aguardem os acontecimentos...

    José Eduardo Reis Leão Teixeira

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