Fala Produtor - Mensagem

  • Antonio de Pádua Coutinho Ferreira Monte Carmelo - MG 23/05/2009 00:00

    João Batista, uma das bebidas mais antigas do mundo, o café, mantém-se atual e cada vez mais presente no dia a dia de milhões de pessoas. Aqui no Brasil, onde é consumido por cerca de 97% da população, o café é tão importante que tem uma data só sua e que é comemorada desde 2005, quando passou a fazer parte do Calendário Brasileiro de Eventos: 24 de maio, Dia Nacional do Café.

    Ao saborear uma xícara de café, os consumidores têm que ter em mente todos os caminhos percorridos pelos grãos até chegar a este momento único de prazer e aroma em suas xícaras. A cadeia produtiva do café começa lá na lavoura, onde os produtores investem nos tratos dos seus cafezais.

    Infelizmente o cafeicultor brasileiro nada tem a comemorar no dia nacional do café. A situação atual da cafeicultura brasileira é realmente das mais adversas. Não temos uma política de renda que remunere o produtor acarretando, em conseqüência, um constante endividamento do setor.

    Temos um governo totalmente omisso, apesar de ter conhecimento das dificuldades enfrentadas pelos produtores. As ações necessárias e reivindicadas pelos cafeicultores são totalmente ignoradas. Temos inveja dos cafeicultores colombianos que recebe todo apoio do seu governo, além da excelente remuneração pelo seu café, praticamente o dobro do preço em relação ao café brasileiro. Como diz o nosso querido Boris Casoy, “isto é uma vergonha”.

    Em minha opinião, o ministro da fazenda, Guido Mantega, é um dos grandes responsáveis pelo não atendimento das medidas necessárias, reivindicadas pelo setor cafeeiro. Faltam bom senso e responsabilidade a este governo que se continuar omisso do jeito que está, ficará marcado como desastroso para a cafeicultura brasileira.

    Temos que elogiar o esforço e dedicação de algumas das lideranças da cafeicultura, como o deputado federal Carlos Meles, o Sr. Gilson Ximenes do CNC na luta incansável pela defesa da sobrevivência digna da nossa cafeicultura. Aliás, uma ação importante, em minha opinião, foi a solicitação do deputado federal Carlos MelLes de uma audiência das lideranças do setor produtor da cafeicultura nacional com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, através de ofício n.° 058/GAB/BSB, protocolado em 14/05/09, onde enumera os encontros e as ações desenvolvidos pelo setor para tentar encontrar uma solução ao crônico endividamento que assola o setor e à falta de renda que afeta o produtor de café do Brasil. O ilustre deputado finaliza o ofício com as seguintes palavras: ... “Por isso, senhor Presidente, gostaríamos de ter a honra de sermos recebidos por Vossa Excelência, em seu gabinete, para apresentarmos, pessoalmente, as nossas reivindicações e merecer o seu apoio em favor dos trabalhadores e produtores brasileiros de café”.

    Acho que as negociações envolvendo o ministro da agricultura e o da Fazenda até hoje foram totalmente improdutivas, não sei se por incompetência, omissão ou falta de vontade desses ministros que realmente nada fazem, diante da crise que vive o setor.

    Precisamos urgentemente da efetivação das medidas reivindicadas pelos cafeicultores, pois delas dependem a sobrevivência de mais de 8 milhões de trabalhadores envolvidos com a atividade café. A conversão da dívida em café para pagamento em 20 anos a 5% ao ano, os leilões de opção de no mínimo 5 milhões de sacas e com vencimento este ano de 2009 e um preço mínimo superior a R$ 300,00, entre outras, são medidas que o governo já deveria ter implementado para a sobrevivência do setor que tanto contribui para o desenvolvimento do nosso País. Ainda estamos vivos e, portanto, vamos em frente.

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