Fala Produtor - Mensagem

  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 29/04/2009 00:00

    Amigos cafeicultores de todo o Brasil, deixarei aqui minha opinião sobre como o governo nos trata: como um bando de idiotas!!! Se realmente acontecer o que está se desenhando sobre o preço minimo do café na reunião desta quinta-feira, acho que devemos honrar nossas calças como cafeicultores e darmos um basta para esta brincadeira, para não dizer um palavrão!!!! Na terça-feira nosso representante, sr. Gilson Ximenes, divulgou que, após reunião com Conab, ficou decidido que o preço de custo para produção de uma saca de café está em torno de R$ 305,00 - R$ 310,00 (preço de custo). Hoje algumas noticias divulgadas pelo Ministério da Fazenda sinalizava para reunião desta quinta com um preço minimo para saca de café em torno de R$ 261,00!!!.

    Se estão lembrados, amigos cafeicultores, semana passada o grupo de trabalho soltou um preço minimo de r$ 282,00, mas entrou "boi na linha" e lá no Ministério já havia o boato de preço a R$ 261,00, só que, como sempre, ninguem confirmava nada, ninguem sabia, ninguem viu.... Nem mesmo o Ministro da Agricultura sabia desta manobra.

    Mas hoje, após estas noticias, percebemos que realmente o Ministério da Fazenda, apesar da seriedade do grupo de trabalho montado pelo Mapa e do endosso da Conab na definição do preço de custo a R$ 305,00, vai manter sua decisão de uma semana atras, aquela que dizia não saber!!!!!

    É preciso fazer um resumo rapido para entendermos o tamanho de nossos problemas:

    1- grupo de trabalho criado pelo Mapa, com apoio do Ministério da Fazenda, levanta o preço de custo.

    2 - Gilson Ximenes, presidente do CNC, anuncia em rede nacional o preço de custo endossado pela Conab (governo), de R$ 305,00;

    3 - Outras midias anunciam que o Ministério da Fazenda não aceita este valor, e que anunciará o preço de r$ 261,00 (aquele de uma semana atras...). Estranho , muito estranho.....

    Ai eu pergunto:

    1 - para que criar o grupo de trabalho, se sua decisão não é respeitada???

    2- para que conab, se o ministério da fazenda não respeita suas opiniões?????

    3 - de onde o ministério da fazenda tirou esse valor de R$ 261,00?? certamente alguem passou para eles... se não foi o grupo de trabalho, se não foi a conab, quem foi?????? acho que tem boi na linha....

    4 - como fica a reputação de nosso presidente do CNC, o sr. Gilson Ximenes???

    5 - como fica nossa reputação como cafeicultores, já desmoralizados pelos preços pagos em nosso café ( quando comparado com os preços colombianos)??? e não falemos em qualidade, pois já foi provado que nossos cafés são tao bons quanto os colombianos.

    Para tudo isso, só tenho 3 respostas:

    1- se nesta quinta-feira o governo lançar o preço minimo de R$ 261,00, estara desmoralizando o CNC e a conab como órgãos representativos da cafeicultura e do governo. (teremos a certeza que o CNC neste governo não é respeitado!!!). Também teremos certeza que o conab não será mais respeitada em seus levantamentos, tanto de custos como de safra.

    2- o tiro irá sair pela culatra, pois o mercado irá entender que nem o nosso governo dá o valor que merece no café brasileiro, pois o seu ministério da fazenda coloca o preço minimo abaixo do custo de produção, mostrando para o mercado interno e todo o mundo que nós produtores de café não passamos de escravos, trabalhando com prejuizo e ainda agradecendo as migalhas que possam vir a nos dar como: prorrogações, pepros, leilões etc...

    3 - se realmente aquele senhor sueco (lembra-se Matielle???) dono de uma torrefação, terá toda a razão em dizer: voces brasileiros são bobos, vendem o seu café muito barato.

    OBS: bom, pelo menos poderemos dormir mais traquilos, pois nessa situação, quando o próprio governo não aceita os dados de um órgão como a Conab, mas aceita que o produtor venda seu produto abaixo do custo, isso só pode significar uma coisa: "faremos como os frigoríficos, vamos entrar com pedido de recuperação judicial, e dormiremos em paz..."

    Silvio Marcos Altrão Nisizaki, Coromandel (MG).

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