Se Lula for preso, será o novo Nelson Mandela ou Fernandinho Beira-Mar?
Segundo declaração infeliz do senador Paulo Paim (PT-RS), “Se Lula for preso vira o novo Nelson Mandela.”
Comparar Lula a Nelson Mandela é simplesmente padecer de pouca seriedade. Mandela teve a grandeza de lutar por seus ideais, por seu povo e morreu com dignidade pobre, mas sem manchar a sua história. Ao contrário, o falso patriota Lula almejou o poder para fazer fortuna na política através de negócios ilícitos, como a Lava-Jato revelou pelos depoimentos e provas da ODEBRECHT, OAS, PALOCCI etc.
Os exageros transcendem a racionalidade. Ninguém de sã consciência pode chegar à infeliz conclusão de Paulo Paim.
Que o contingente empedernido de petista, que se comporta como torcedor de time de futebol, chore igual a carpideiras contratadas, pela prisão de seu falso demiurgo, até se pode compreender as elucubrações de Paulo Paim. Mas o resto da sociedade, que é muito maior que os eleitores do PT, jamais se comoverão ao ver o maior vivaldino da nação, aquele que conseguiu enriquecer só vivendo de política, ser direcionado para a prisão, a bem da moralidade e da República.
Em um país sério, Lula já estaria preso e com os seus direitos políticos cassados. Não que Lula seja o único indecoroso político, pois, nesta esteira, estão Temer, Aécio, Sarney, Collor, Renan, Jucá, Lobão, Gleisi e muitos outros indignos políticos.
Por outro lado, não pode ter credibilidade e honradez republicana quem enriquece na política. Ou seja, aquele que faz fortuna na vida política é ladrão do Erário, é larápio dos descamisados, e, portanto, não se entende como ainda existem pessoas que acreditam na honorabilidade de Lula.
Condenado a nove anos e meio de prisão e caminhando célere para a segunda condenação, Lula debocha do Judiciário como se ele estivesse acima da lei. Debocha porque estamos em um país pouco sério, onde o STF é de indicação política.
É curioso que as delações premiadas, que já fizeram retornar os cofres públicos milhões de dólares, não foram tão contestadas como no caso do ex-presidente Lula.
Lula contesta tudo como se a sua vestal não estivesse desmascarada, inclusive por seus próprios amigos de confiança como Palocci. Ora, não houve complô para ferrar o falso demiurgo. Lula é uma consequência natural por seu modus vivendi ao tirar proveito da ribalta do poder.
Lula é o Robin Hood brasileiro ao avesso. Roubou dos pobres – pois saqueou o Erário através da ODEBRECHT, OAS etc., cujo dinheiro deixou de ir socorrer a miséria e os hospitais públicos – para engordar a sua fortuna e de seus filhos.
Se o país não tiver memória para lembrar que a administração petista quase levou o Brasil à bancarrota, em mais de 13 anos de governo, então, que se eleja novamente Lula e seus asseclas.
Senador Paim, não comprometa a sua história de político operoso. Defender Lula é como defender qualquer larápio da República. A diferença entre Lula e Fernandinho Beira-Mar só está no modus operandi de cada um, mas ambos são indecorosos.
Sobre o autor: Júlio César Cardoso é Bacharel em Direito e servidor federal aposentado.
Lula quer perder por 2 a 1 (em O Antagonista)
Um ministro lulista do STJ disse a uma colunista lulista da Folha de S. Paulo que uma derrota por 2 a 1 no TRF-4 “daria fôlego” a Lula.
O condenado, nesse caso, “poderia apresentar mais de um recurso para protelar a condenação definitiva”.
É exatamente por isso que os ministros lulistas do STJ (com o ajuda das colunistas lulistas da Folha de S. Paulo) tentam cabalar o voto do desembargador Victor Laus, o único que ainda não se pronunciou.
"O que precisa mudar no Brasil a partir de 2018?", por Rodrigo Constantino
Antes que alguém seja tentado a responder “tudo”, vale dizer que é muita coisa mesmo. Mas, acima de tudo, valores morais e instituições. A atitude do brasileiro médio precisa mudar. E, com base nisso, compartilho com meu leitor uma apresentação em slides que um amigo do meu amigo mandou. Roberto Trinas se diz simplesmente “um cidadão brasileiro”, e preparou essa apresentação para tentar sensibilizar os demais para a necessidade urgente de mudanças. São bons pontos, como poderão ver:
Como podem ver, trata-se de um ótimo resumo de muito daquilo que venho defendendo aqui nesse espaço. Trinas, aliás, diz ser meu leitor e admirador. E esse seria o verdadeiro patriotismo: não fazer vista grossa para nossos tantos defeitos, inclusive de “caráter” nacional, mas sim apontar o que deve ser mudado se quisermos viver, um dia, num país decente, civilizado, livre, próspero e seguro. Se cada um fizer sua parte, então teremos alguma chance…
O que fazer quando os governos afundam?
Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
Muitos costumam fazer a analogia entre um governo falido, que leva a sociedade à decadência, com um barco que naufraga. Há os que dizem que numa hora dessas, todos devemos nos solidarizar para tapar os furos através dos quais a água verte para dentro do barco, como se essa fosse uma obrigação moral de cada indivíduo que, queira ou não, faz parte daquela sociedade.
Nada mais falso!
Em primeiro lugar, não existe obrigação moral quando e onde o indivíduo é forçado por compulsão a agir de uma determinada maneira. Moralidade sem liberdade não existe.
Em segundo lugar, essa analogia é mal construída. As sociedades não costumam afundar porque entra água no barco. Elas costumam afundar porque ou o barco carrega peso demais com coisas inúteis que não deveriam estar a bordo, ou porque a tripulação é excessiva e incompetente para conduzi-lo.
O que temos visto em todos os níveis aqui no Brasil, seja federal, estadual ou municipal, com raríssimas exceções, fazendo uso da analogia, é que os barcos estão afundando por excesso de peso ou inaptidão da tripulação em cumprir o seu papel.
Quando um barco começa a afundar por excesso de peso, primeiro deve-se descarregar o peso morto, tudo aquilo que é ativo imobilizado que não presta para o cumprimento das tarefas essenciais que manterão o barco flutuando e no curso correto. Cabe também ao comandante do barco colocar a tripulação que não ajuda, que é incompetente ou que exerce funções desnecessárias para fora da embarcação, entregando-lhes boias para nadarem por sua própria conta até que barcos privados os acolham.
Pedir que a sociedade, ou seja, os passageiros, desçam do barco depois de terem pago a passagem, ou pedir que paguem ainda mais porque a tripulação exige, isso sim é imoral. Essa analogia do barco é interessante porque quando me lembro do comandante do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, que por imperícia e irresponsabilidade levou a embarcação que comandava a naufragar por erros de julgamento e por prestar mais atenção nas delícias que as mordomias e as luxúrias do cargo lhe proporcionava. O comandante italiano foi dispensado, obviamente, e foi condenado a 16 anos de prisão.
No mundo da política, por mais irresponsáveis e incompetentes que sejam os comandantes que afundam os governos com sua inépcia gerencial ou moral, levando a sociedade ao naufrágio, acabam condenados a viver com uma polpuda aposentaria, aprisionados em uma mansão, desfrutando do bom e do melhor. Desse jeito, não tem como dar certo, naufrágios aqui no Brasil são apenas uma questão de tempo.
O decálogo de Russell: 10 mandamentos para a educação e vida, por Adriano Dias no Semema
Adriano Dias é um dos idealizadores do projeto, articulista e mergulhador no "mar de signos" em busca de formas curiosas e relevantes de cultura. Também leciona literatura, gramática e técnicas de redação como profissão.
Discutir educação é uma forma sutil de falar sobre a sociedade humana como um todo, pois a dinâmica delegada às salas de aula é a de formar pessoas para a sociedade, assim como se fazia antigamente apenas em família e nas relações sociais da vida urbana. Não é de hoje que todo mundo mete o bedelho em educação. Todo grande pensador que se preza produziu alguma reflexão significativa (ou ao menos deu o seu pitaco) sobre o processo fundador da civilização: a Educação. Embora professores fiquem indignados com a pretensa autoridade de senhores que nunca adentraram a uma sala de aula, não vivenciando a dinâmica real do ensino em uma instituição, ainda assim há reflexões memoráveis sobre a atuação do docente (pensada de forma ideal) que merecem um olhar atencioso. É necessário que se admita que ensinar é uma dinâmica relacionada com o ideal de sociedade, portanto, pensar formas mais eficazes de realizar esse processo é imprescindível para criar diretrizes que norteiem as bases de nossa sociedade. Afinal de contas, nem mesmo o ator primordial dessa dinâmica, o docente, tem tanta convicção sobre sua atuação a ponto de não ser colocada a prova toda sua pedagogia empírica (o mesmo pode ser dito em relação aos pais e sobre cada um de nós individualmente).
Bertrand Russell foi uma figuraça que atravessou os séculos XIX e XX, polemizando sobre as relações de poder, direitos humanos, pacifista que saia às ruas levar porrada da polícia, crítico de qualquer tipo de autoridade e autoritarismo, deixou um legado enorme em vários campos do pensamento, particularmente na filosofia, dentro do qual podemos pinçar seu “Decálogo Liberal – uma visão para as responsabilidades de um professor”, publicado em um artigo da revista do The New York Times em dezembro de 1951. O visionário galês, então o mais proeminente pensador liberal do mundo, propagando uma filosofia crítica que veio a influenciar todo o pensamento moderno, refletiu sobre o papel social do docente e acabou produzindo um conjunto de leis comportamentais que podem ser aplicadas à vida de qualquer indivíduo.
Suas normas não só prescrevem a conduta educada e evoluída que se espera de um docente (bem como de um pai ou autoridade qualquer) como nos fazem ponderar sobre nossa própria existência, as opiniões que temos, as verdades que consagramos como inquestionáveis, além dos valores sobre os quais embasamos nossa perspectiva de felicidade. Como libertário, Bertrand Russell pensava a possibilidade de constituir um mundo mais livre que permita a cada indivíduo que se desenvolva em sua plenitude, discurso que encontra eco em vários formadores de opinião da atualidade, mas o galês sabia que o cerne dessa nova ordem mundial reside no exercício de poder em três âmbitos: político (governar respaldado apenas pelo consenso e argumentação lógica), educacional (nas relações entre pais e filhos, professores e alunos, mediadas pela ponderação, equilíbrio racional e respeito) e individual (questionando sempre nossa perspectiva existencial e as verdades em que acreditamos).Veja:
1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
Leia a íntegra no site do Semema