A harmonia conservacionista do sistema plantio direto, por Afonso Peche Filho

Publicado em 07/12/2023 16:40

A harmonia conservacionista do Sistema Plantio Direto é uma característica holística das diferentes feições cênicas, adequadas para a proteção da capacidade produtiva de áreas agrícolas. É uma característica de manejo que marca a capacidade técnica e perceptiva do agricultor frente às necessidades impostas pelos diferentes ambientes de produção. Toda área de produção agrícola está substituindo uma paisagem natural característica de um ecossistema. 

Cada área ou talhão da propriedade possui uma “vida coletiva própria” conduzida pelas plantas cultivadas ou espontâneas (nativas). O Sistema Plantio Direto tende a estabilizar a biocenose, ou seja, a interação das comunidades biológicas com as condições do solo e do clima local, constituindo o que em ecologia se chama biótopo (local que abriga a vida), caracterizando as condições físicas, químicas e biológicas do agroecossistema. A harmonia biocenose/biótopo é a base estrutural do solo e influencia a dinâmica fisiológica da produtividade.

O manejo das lavouras, conduzido por uma equipe, precisa de uma consciência ecológica mínima para potencializar os efeitos benéficos do Sistema Plantio Direto. Conservar essa harmonia produtiva conduz a estratégias que não podem ser desprezadas nem omitidas, sob pena de se inviabilizar a convivência da planta cultivada com o ecossistema. A omissão na proteção dessa harmonia causa desequilíbrios no ambiente produtivo, sendo uma das principais razões dos danos econômicos causados por pragas e doenças e mau desempenho das plantas.

Todo ambiente equilibrado potencializa os efeitos conservacionistas do Sistema Plantio Direto, resultando em uma progressiva construção da capacidade produtiva. Inovar e desenvolver estudos e técnicas para perenizar a harmonia da vida do solo é a concepção de um manejo conservacionista que atende às necessidades para o desenvolvimento moderno do Sistema Plantio Direto.

* Afonso Peche Filho é pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas

Por: Afonso Peche Filho

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