Suco de laranja não concentrado tem mercado mais aquecido após pandemia, por Jorge Costa da Louis Dreyfus Company (LDC)

Publicado em 27/06/2022 15:42
Por Jorge Costa, Head Global de Operações do negócio de sucos na Louis Dreyfus Company (LDC)

A pandemia da Covid-19 acelerou ainda mais algumas transformações de hábitos de consumo no mundo. De forma geral, as pessoas intensificaram a busca por produtos mais saudáveis e funcionais, encontrados em uma alimentação mais natural e que reforça a defesa imunológica do organismo. 

Este foi o caso do suco de laranja, que já apresentava viés de crescimento antes mesmo da pandemia. O consumidor entendeu que se trata de um produto benéfico, que contém diversos minerais, vitaminas e compostos bioativos importantes em uma dieta saudável e equilibrada, por isso, ampliou a presença da bebida no cardápio cotidiano. De acordo com dados da consultoria de pesquisa de mercado Nielsen, as vendas de suco de laranja nos Estados Unidos, em abril e maio de 2020 – um dos momentos de maior alerta do coronavírus –, cresceram cerca de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Este cenário de valorização acentuada da alimentação saudável e aumento da preferência pelo suco de laranja movimentou ainda mais o mercado e motivou empresas a se adequarem para oferecer opções que atendam a essa demanda. Por esse motivo, cada vez mais a estratégia do setor tem sido investir na produção, armazenagem e otimização da logística do NFC (suco de laranja não concentrado em inglês).

É o caso da LDC, que em março deste ano anunciou um projeto de construção de novos tanques de armazenamento de suco de laranja com capacidade adicional de 30 milhões de litros de suco não concentrado, em nossa unidade de Matão (SP), o que aumentará a capacidade instalada de produção para 300 milhões de litros por ano. Este investimento faz parte da estratégia de expandir a comercialização de NFC na Europa, Ásia e nos Estados Unidos. Anteriormente, já havíamos ampliado a capacidade de armazenamento e de blendagem de NFC no terminal portuário e nas instalações de Ghent, na Bélgica, além de já termos iniciado a operação de uma frota de navios 100% dedicada ao transporte de sucos e produtos derivados.

Além do investimento privado em processos produtivos, armazenagem e logística, o setor vem se mobilizando também por meio de iniciativas para reforçar a sustentabilidade da cadeia. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) estão liderando o projeto ‘Orange Juice, a good choice’, que trabalha com conteúdos sobre a sustentabilidade socioambiental  do suco brasileiro e a importância do setor para o desenvolvimento socioeconômico do país, estabelecendo diálogo direto com empresas engarrafadoras, varejistas e associações de sucos europeias, já que o continente responde por 63% dos embarques de sucos de laranja produzidos no Brasil.

O fato é que a cada 10 copos de suco de laranja produzidos no mundo, sete têm origem nos pomares brasileiros. E mesmo com a vacinação em massa e a diminuição da gravidade da pandemia, o mercado segue apostando na manutenção do interesse por produtos como o suco de laranja, visto que a população continua em busca de se alimentar de maneira mais saudável e nutritiva.

É importante ressaltar o papel crucial do Brasil neste competitivo mercado. Nosso país se destaca por ser o maior produtor mundial de laranja e o maior exportador de suco da fruta. A cadeia da laranja está em constante transformação, com produtores resilientes e empenhados na aplicação de práticas de produção responsáveis, tanto do ponto de vista ambiental como social, o emprego de novas tecnologias, rastreabilidade, gestão e uso consciente de defensivos agrícolas e fertilizantes. As mudanças positivas também são observadas além das fazendas, em unidades de processamento e terminais logísticos, que estão em conformidade com as exigências regulamentares e as melhores práticas para realização das atividades.

Por isso notamos cada vez mais investimentos e práticas sustentáveis na cadeia, que garantem a produtividade, eficiência e qualidade da entrega do suco de laranja brasileiro. Sem falar na relevância da citricultura para o agronegócio, que é responsável por cerca de 40% do PIB nacional. Ou seja, quanto maior a produção e entrega de suco de laranja maior é a nossa contribuição com o desenvolvimento econômico e social do país.

Por: Jorge Costa
Fonte: LDC

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