A Agricultura realmente possui um alto volume de dados? Por Eduardo Nistal

Publicado em 17/08/2021 10:36
Dentro da realidade operacional de empresas envolvidas no agronegócio, a quantidade de dados movimentados expõe a importância de se aderir à inovação. - Eduardo Nistal é CEO do Grupo Toccato. Conta com mais de 19 anos de experiência executiva na estruturação, liderança e inovação das áreas Comerciais, Marketing, Canais, Parcerias, Modelos de Negócio e Desenvolvimento de Produtos.

De modo geral, quando uma determinada organização alcança um estágio de crescimento contínuo, é natural que a quantidade de informações armazenadas e manuseadas internamente acompanhe essa expansão do negócio. Com isso, novos desafios surgem para que os dados permaneçam em um espaço seguro, acessível e à disposição das equipes. No entanto, para responder com eficiência à essa demanda tão discutida atualmente, a utilização de soluções inovadoras mostra-se fundamental, bem como a aplicação de conceitos de Big Data.

Isso posto, no contexto do agronegócio – um dos polos econômicos mais importantes do Brasil, o cenário não é diferente. Trata-se de um segmento pioneiro no que diz respeito à inovação, dado o dinamismo de um mercado em constante evolução. Em prol de mais competitividade, a construção de uma gestão moderna passa diretamente pela adoção de plataformas de automação, que possibilitem uma abordagem analítica sobre os dados disponíveis.

Complexidade operacional por trás do alto volume

Respondendo à pergunta que intitula o artigo, é fato que organizações do segmento agrícola tendem a lidar com um alto volume de dados. Encarregados por escopos elevados de gerenciamento, que permeiam departamentos diversificados, gestores da área costumam se deparar com a necessidade de redirecionar recursos, de forma que gastos sejam reduzidos e atividades otimizadas.

Se o que temos de absoluto é o aumento na incidência de novas informações, independentemente de suas fontes de origem, é preciso partir de um ponto de partida que prepare o terreno empresarial para recebê-las adequadamente, com uma infraestrutura digital consolidada. Isso significa compreender a dimensão da complexidade operacional que se identifica no cotidiano dos procedimentos, e como a tecnologia pode preencher lacunas.

Segundo um estudo realizado pela Mckinsey & Company, 71% dos agricultores utilizam canais digitais todos os dias, com a finalidade de tratar de questões relacionadas ao campo. Esse é apenas um dos vários reflexos acerca do avanço tecnológico sobre o meio empresarial.

Big Data é consequência de gestão automatizada

Com o ambiente digital bem estabelecido, o desafio se volta para a forma que os profissionais se relacionarão com os insumos produzidos. É nesse sentido que métodos de Big Data surgem para auxiliar os colaboradores e indicar oportunidades promissoras para empresas do segmento agrícola, como técnicas de armazenamento e análise de dados, que impactam, de modo abrangente, fontes variadas de informação.

Por meio de princípios de agilidade, essas ferramentas (considerando, ainda, a união ao Business Intelligence – BI) são programadas para processar um nível elevado de informações coletadas em tempo real, identificando materiais que possam contribuir para estratégias referentes ao core business. Para agricultores, é possível utilizar referenciais analíticos em proveito de decisões mais assertivas e melhores instruções, antecipando situações problemáticas e mitigando riscos. No fim, todas essas contribuições citadas anteriormente levam à uma governança segura de seus processos, com os artifícios necessários para garantir o máximo de produtividade.

O Big Data junto ao BI, por exemplo, considera tópicos variados e condizentes com a complexidade operacional apresentada por empresas do setor agrícola. Desde temas climáticos e geográficos, que influenciam o rumo das operações de campo, a atividades administrativas e/ou financeiras. Deve-se ter em mente o que se ganha com a aplicação prática dessa abordagem totalmente inovadora.

Para concluir, destaco que a transformação digital é um pretexto bastante palpável para que cada vez mais empresas modifiquem a relação que possuem com as informações movimentadas no âmbito interno. Como uma novidade que traz benefícios reais ao agronegócio, o Big Data reúne todas as condições para que os dados sejam tratados com segurança, inteligência e alto teor estratégico, e a implementação do BI mostra-se um diferencial competitivo buscado por companhias de diferentes setores hoje em dia.

Tags:

Fonte: Eduardo Nistal

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cooperativa digital com inteligência artificial: para um mundo cada vez mais analógico, por José Luiz Tejón
Seca nas áreas de pastagem: os desafios do manejo de plantas daninhas de difícil controle
Como a “hiperpersonalização” impacta o agronegócio
Uma nova abordagem no controle de doenças de plantas, por Décio Luiz Gazzoni
Cacau, o fruto da resiliência, por Aline Lazzarotto e Ingrid Tavares
A importância do setor privado no auxílio às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul