Pulverização, tecnologia e meio ambiente, por Fabricio Müller
Durante todo o ano de 2020, em meio à situação caótica gerada pela pandemia de Covid-19, observamos também o papel do agronegócio brasileiro sendo posto em cheque no noticiário. Alguns aspectos ligados à atividade agrícola do país têm gerado desconfiança, especialmente para a população das cidades. Um deles é o uso de defensivos agrícolas no cultivo de alimentos.
O fundamento deste tipo de opinião está baseado, essencialmente, na desinformação. Consequências de um país dividido e em meio a uma ferrenha disputa de narrativas, a distorção, ou a falta de informações precisas sobre o agronegócio brasileiro, acaba prejudicando injustamente uma cadeia produtiva que alimenta e emprega milhões de pessoas.
Inicialmente, vale a explicação da fundamentação agronômica por trás de tudo isso. O tipo de doença e o nível de infestação na lavoura são determinantes na escolha do tipo de defensivo agrícola a ser utilizado. Além disso, a produção em escalas maiores requer um controle e tomadas de decisões assertivas para a condução de uma cultura buscando atingir a melhor produtividade com qualidade e o máximo controle em redução de custos, o que impacta diretamente no valor de produção e custo final do produto.
Outro ponto que merece destaque quando o assunto é a utilização de defensivos agrícolas é a tecnologia empregada nesta etapa do cultivo. Nos últimos anos, os pulverizadores vêm incorporando uma série de ferramentas que são efetivas no controle de aplicação, ampliando a eficiência, reduzindo desperdícios e minimizando o impacto ambiental, configurando, assim, uma grande revolução na agricultura.
Com o monitoramento climático e a evolução na tecnologia de aplicação, a etapa de controle de pragas, doenças e plantas daninhas se torna mais assertiva e sustentável. O resultado disso é uma melhora sensível tanto na rentabilidade, com a economia gerada pelo uso controlado dos insumos, quanto nos impactos ambientais da produção agrícola.
A tão discutida agricultura 4.0 tem sido a responsável pela integração total de máquinas e soluções agronômicas digitais, nesta e nas demais etapas do ciclo produtivo no campo. Neste sentido, as empresas especializadas do setor, sobretudo as de máquinas, têm atuado no desenvolvimento de produtos focados em eficiência, conectividade e geração de dados. A Valtra, por exemplo, realizou a renovação de 100% do seu portfólio nos últimos quatro anos para habilitar este tipo de integração.
Os pulverizadores autopropelidos da marca têm características únicas em termos de eficiência na aplicação e podem ser customizados de acordo com as necessidades do agricultor. Além disso, há modelos para diferentes perfis de produtores, como o BS3330H, que possui versão específica para o trato na cana, ou o novo BS2225H, que oferece tecnologia de ponta para pequenas e médias propriedades.
Todas essas máquinas se integram com o programa Farm Solutions, um serviço de soluções agronômicas digitais fim a fim, desenvolvidas por parceiros especializados e oferecido na rede de concessionários da Valtra em todo o Brasil. Problemas antigos, como a deriva e a compactação do solo, são mitigados por avanços como o monitoramento meteorológico em tempo real e o controle do tráfego de máquinas, oferecidos no programa.
É evidente que existe uma série de desafios a serem superados. Mas isso não é exclusividade do agronegócio brasileiro e temos trabalhado cada vez mais para preservar o ritmo das atividades com o mínimo possível de impactos ambientais. Com o entendimento sobre a importância estratégica do agronegócio para o Brasil, a visibilidade das diversas ações de sustentabilidade empregadas pelo setor no país e o fim da desinformação sobre toda a cadeia produtiva conseguiremos acabar com o estigma que ainda afeta a imagem do agronegócio brasileiro e nos afasta das melhores condições perante a comunidade internacional.