Brasil, o país que melhor cuida do meio ambiente no mundo, por Ricardo Accioly Calderari
Recentemente, participei em Lille, na França, da Conferência Mundial promovida pela Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS), representando a diretoria da cooperativa Coamo Agroindustrial.
A Conferência Mundial recebeu dezenas de autoridades de mais de 40 países dos cinco continentes, ligadas à cadeia produtiva da soja e discutiu várias questões referente à produção e fornecimento, incluindo também o papel dos governos e os riscos sociais.
Esta foi a primeira vez que o setor produtivo brasileiro esteve no evento, representado por seis cooperativas agrícolas – das quais cinco do Estado do Paraná- que, juntas produzem 11% da produção brasileira de soja.
Entendo ter sido muito importante a participação do nosso setor produtivo, haja visto a oportunidade para rebater várias críticas feitas ao Brasil no tocante à produção agrícola e ao meio ambiente.
Mostramos ao mundo que o Brasil não é o que eles pensam. Escutamos críticas de estrangeiros, de ONG´s e até mesmo de brasileiros, de pessoas mal-intencionadas que, com suas ideologias, retrataram um país que não cuida do meio ambiente, de terras estéreis e de agricultores que não usam tecnologia e estão empobrecendo, o que não é verdade.
Mostramos ao mundo a verdadeira situação do nosso país, cenário bem diferente do apresentado por essas pessoas mal-intencionadas.
Provamos que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e vem aumentado a sua produção exatamente por contar com agricultores tecnificados e empreendedores, preocupados com a natureza.
Muitos países produtores de soja estão, na verdade, assustados é com o crescimento agrícola do Brasil e fazem de tudo para complicar e rebaixar a agricultura brasileira. Mas, aAo contrário do que eles tentam dizer, nós provamos que produzimos bem com responsabilidade e sustentabilidade.
Indagamos no evento se os representantes de outros países tinham o CAR [Cadastro Ambiental Rural] – que é um registro eletrônico e obrigatório para todos os imóveis rurais, que integra as informações ambientais das áreas de preservação permanente, áreas de Reserva Legal, de florestas, vegetação nativa, e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país-... ninguém tinha, por isso ficaram mudos.
Informamos também, na oportunidade, que no Sul do Brasil 20% da área de uma propriedade rural é destinada para reserva legal - no Cerrado esse número sobe para 35% e na Amazônia é de 80% - e o agricultor não tem nenhuma remuneração por isso.
Trata-se de uma situação bem diferente do que vimos por exemplo, na Alemanha, onde 100 m² de pousio é subsidiado pelo valor de 6.000 euros, equivalente a cerca de R$ 25 mil. Diante da posição brasileira eles novamente ficaram silenciosos, haja visto que somente 7,3% da área brasileira é utilizada para uso da agricultura e o restante é ocupado com rios, matas, florestas e parques, enquanto que eles não têm mais área para plantio.
Destacamos na Conferência Mundial de Soja Sustentável a prática adotada pelos agricultores brasileiros do sistema de Plantio Direto, que foi a revolução da nossa agricultura, e a devolução e destinação correta das embalagens vazias de defensivos agrícolas, onde o Brasil se destaca ao retirar do campo milhares de embalagens que poderiam prejudicar o meio ambiente.
Portanto, quando vemos notícias que tentam desacreditar a agricultura brasileira, suspeitamos que alguma coisa está por trás dessa campanha orquestrada. Certamente há outros interesses.
Tivemos um grande orgulho em mostrar na França para o mundo que o agricultor brasileiro faz e muito bem a lição de casa, que o nosso país é o que melhor cuida do meio ambiente no mundo.
Diante dessa afirmação, eles ficaram em silêncio.
Ricardo Accyoli Calderari, da Coamo (Paraná)