Broca-do-café: Não podemos esquecê-la

Publicado em 09/04/2018 09:09

A broca-do-cafeeiro, como todas as pragas que ocorrem na agricultura, migram no intuito de sobreviver, reproduzir e preservar a espécie. Além de se deslocarem dentro das lavouras, elas saem dos grãos velhos para os novos.

A grande atratividade são os próprios frutos e seu estágio de desenvolvimento. As brocas são atraídas pelo cheiro, cor e forma deles. Quando os frutos começam a ganhar mais matéria seca, ou seja, acumular mais biomassa (a granar), é o momento de ataque da broca se estendendo por longo período até a fase final de desenvolvimento, ou seja, próximo da colheita. Estudos mostram que os frutos ficam suscetíveis ao ataque da praga a partir de 20% de acúmulo de matéria seca.

Fique atento, pois até a fase de maturação podemos ter ataque da broca-do-cafeeiro. É importante maneja-la durante todo esse período. Além disso, nesta safra, de modo geral, os volumes elevados de chuvas, até então, têm contribuído para a baixa infestação da broca-do-cafeeiro em diversas regiões produtoras de café. Porém deve-se ter um cuidado especial, já que nesta época os cafezais estão em grande parte no período de formação e enchimento de grãos. Historicamente sabe-se que com o início do outono, o volume das chuvas tende a diminuir ou cessar em regiões do cerrado que englobam áreas produtoras de café. Isso em conjunto com as temperaturas amenas a elevadas tornam as condições ambientais favoráveis a disseminação dessa praga. Portanto, produtor, intensifique o monitoramento de seu cafezal para não ser pego de surpresa.

Conheça mais sobre o manejo integrado da broca-do-café:

Condições favoráveis

A broca sobrevive na área através dos frutos remanescentes após a colheita. Condições favoráveis para disseminação da praga são: colheita malfeita, ambientes sombrios, cafezais abandonados em área próxima, orada desuniforme, colheita tardia e lavouras adensadas principalmente. Condições ambientais que, isoladamente ou não, favorecem o crescimento do café são regiões de baixas altitudes e temperaturas elevadas e baixa pluviosidade. Os altos índices pluviométricos do último bimestre caracterizam baixa infestação de broca nesta safra. Mesmo assim, ainda podemos ter picos de infestação até a colheita e, portanto, não podemos esquecer das ações de manejo para controle da broca, como o monitoramento constante e aplicação de inseticidas químicos apropriados para um bom Manejo Integrado de Pragas e Resistência.

Época de controle

Inicia-se no período o cafeeiro apresenta frutos jovens, que consequentemente intensificam o transito do inseto na área. Isso ocorre cerca de 90 dias após a orada. O controle deve ser feito de acordo com os índices de frutos brocados e o manejo desta praga deve ser feito até próximo a fase de maturação ou colheita, pois o ataque ocorre até nesta fase.

Controle cultural

Cuidado criterioso durante e após a colheita, evitar permanência de frutos no solo e na planta.

Controle biológico/físico

Há relatos de utilização de dois microhimenópteros inimigos naturais da broca do cafeeiro, Prorops sp. (Wanterston, 1923) e Cephalonomia sp. (Betrem, 1961), ambas da família Hymenoptera, subfamília Bethylidae. Também há relato de utilização do fungo Beauveria Bassiana, que infecta a broca do cafeeiro.

Controle químico

A prática de manejo mais fácil de ser executada. A broca apresenta infestação desuniforme, por isso é importante avaliar a infestação com critério. Normalmente realizada através de pulverizadores tratorizados ou pulverização costal de produtos registrados e que se encaixem no Manejo integrado de Pragas e Resistência. A utilização de grupos também usados para o manejo de outras pragas do café pode pressionar negativamente as questões de resistência. Não podemos esquecer também os inimigos naturais.

Uma ótima ferramenta para o manejo de resistência é o inseticida Verismo® que devido a boa seletividade à cultura, ao baixo impacto aos inimigos naturais e especificidade de controle, pode ser aplicado em qualquer fase de desenvolvimento, que vai desde a fase inicial de granação até a fase final, próximo a maturação.  Importante: respeitar o período mínimo de 30 dias para realizar a segunda aplicação do inseticida Verismo® e de 45 dias de intervalo de segurança.

Fonte: BASF

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