Procafé: Condições diferenciadas na recepa de cafeeiros conillon

Publicado em 11/01/2017 15:08

O cafeeiro conillon, pela sua natureza multi-caule, condiciona modos diferenciados, quando da execução da poda de recepa das plantas, em comparação aos que se pratica em cafeeiros arábica.

Assim, os  Técnicos consultores e os cafeicultores novos, que agora estão entrando no cultivo de cafezais conillon, em regiões que eram  mais tradicionais de lavouras arábica, devem prestar atenção  sobre como realizar a recepa nessas lavouras.  O maior interesse pelo cultivo de conillon  é consequência dos  melhores preços desse tipo de café, função de estiagem prolongada, que levou à  quebra de safras, nas áreas do ES, Sul da BA e VRD em Minas,

Duas alternativas podem ser usadas na renovação da copa dos cafeeiros conillon -

A primeira por recepa parcial, cortando algumas hastes das plantas, deixando umas poucas (1-2) e conduzindo, simultaneamente, os brotos saídos, e, no ano seguinte, cortando as hastes velhas restantes. Esse modo desenvolvido,faz bastante tempo, por técnicos do ex-IBC no Espirito Santo, agora foi rebatizado com o nome de poda programada de ciclo. Suas vantagens, em relação à recepa total, são a de reduzir perdas de produção e a de possibilitar maior desenvolvimento das brotações. De certo modo, a recepa parcial funciona de forma parecida à  recepa com pulmão, praticada em cafeeiros arábica, não no sentido de manter área produtiva, mas com o objetivo semelhante,  de prover reservas para o desenvolvimento de novas brotações, já que os cafeeiros conillon, no sistema de hastes múltiplas(3-5 por planta), não mantém saia.

A segunda, por recepa total, indicada nos casos de lavouras que vinham mal conduzidas, com grande número de hastes velhas, ou atingidas por seca forte e que não possuem hastes velhas aproveitáveis,  onde a condução de brotos seria muito trabalhosa. Aplica-se, ainda, a grandes projetos, conduzidos de forma mais mecanizada, ali não havendo suficiente disponibilidade de mão de obra, para a condução de hastes, de forma preventiva, com desbrotas periódicas. Nessa condição, de recepa total da planta, a diferença, muito importante, está na altura de corte, a qual, mesmo consultores experientes não têm prestado atenção. O corte deve ser quase rente ao chão, no máximo com 10 cm de altura, quando se utiliza 30-50 cm em cafeeiros arábica. Esse corte baixo é essencial, pra reduzir o enorme trabalho de desbrota, já que quanto mais baixo, menos hastes ficarão  pra emitir brotos. Já vimos casos, de grande sucesso, com corte realmente junto ao chão e que, depois de conduzidos os brotos, quando já lenhosos, ao chegar terra junto ao tronco, ficou parecido com uma lavoura recém implantada, pois o tronco não mais ficou aparecendo.

J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé

Fonte: Procafé

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