Embrapa: Desafios e perspectivas para o café em Rondônia
A cafeicultura de Rondônia passa por importantes transformações. Em seis anos, enquanto a área em produção sofreu redução de 42,9% a produtividade aumentou 99,8%. Em 2011, a área em produção com a cultura no estado ocupava 153.391 ha, com produtividade média de 9,31 sacas beneficiadas por hectare, de acordo com dados do Informe Estatístico do Café, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa, 2011). Na safra 2016 a área em produção com café é de 87.657 ha e a produtividade média esperada é de 18,56 sacas beneficiadas por hectare, segundo o Acompanhamento da Safra Brasileira de setembro de 2016 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Houve também ganhos significativos em relação à receita bruta oriunda da comercialização do produto, que atingiu a cifra de 505,1 milhões de reais em 2015, com projeção de alcançar 586,7 milhões em 2016, ano em que o café conilon atingiu o maior nível histórico de preços.
Rondônia possui o maior parque cafeeiro da Região Norte do país, sendo osegundo maior produtor brasileiro de café canéfora (conilon e robusta), atrás apenas do Espírito Santo. De acordo com o segundo levantamento do acompanhamento de safra do café no Brasil, da Conab, a estimativa é que o estado tenha produzido 1,63 milhões de sacas beneficiadas nesta safra. Esta produção projeta o estado como o quinto maior produtor de café do país.
A visão de agentes do setor de comercialização de café no estado é de um mercado em crescimento e renovação, por meio dos novos plantios de café clonal, onde se busca aumentar a oferta do produto, com oaumento de produtividade por hectare e também de qualidade, já que os clones melhoram este aspecto por serem reproduções de plantas selecionadas, atingem peneiras maiores e menores defeitos físicos. Mas esse ganho dependerá, sobretudo, da adoção de técnicas adequadas de pós-colheita, visando garantir a qualidade do produto final.
O café produzido no estado é destinado majoritariamente para a indústria de solúveis, sendo utilizado também para a formação de blends (misturas) com o café arábica. Estima-se que entre 10% e 15% da produção estadual sejam consumidos localmente, tanto puro quanto por meio da formação de blends com o arábica proveniente de outro estados.
Embora as perspectivas de mercado atual sejam positivas, com o café atingindo preços extremamente favoráveis na safra atual, em virtude da quebra de safra de café conilon no Espírito Santo e Vietnã – maior produtor de café do Brasil e o maior do mundo, respectivamente –, o maior desafio à frente relaciona-se à questão hídrica, pois as chuvas nos últimos anos têm sido irregulares e, na época mais importante para o desenvolvimento da planta, a seca forte eleva a temperatura, causando inúmeros prejuízos, além de secar os mananciais, reduzindo a oferta de água para irrigação. Tal situação aumenta a responsabilidade de todos os envolvidos na cadeia produtiva do café, no sentido de promover o uso racional da água disponível, adotando e observando técnicas adequadas no processo produtivo, principalmente na irrigação.