Procafé: Fungo Phoma Ascochyta retoma seu ataque em cafeeiros

Publicado em 11/10/2016 11:08

O complexo de fungos Phoma/Ascochyta volta a atacar as lavouras de café, facilitado pela umidade, com a retomada das chuvas, agora em setembro/outubro.

O ataque ocorre em 3 partes dos cafeeiros – na folhagem, na ramagem e no sistema  floral. Na folhagem a Phoma provoca lesões nas folhas mais novas e a Ascochyta em folhas mais velhas, especialmente no lado da linha de cafeeiros voltado para o poente, favorecendo a queda das folhas.

Na ramagem o ataque tem inicio pela entrada dos fungos a partir da abertura provocada pela queda das folhas, no local onde havia a  inserção do pecíolo no ramo, aí alastrando e secando a parte nova do ramo, os últimos 4-5 nós terminais.

Na parte floral o ataque se dá no pedúnculo das gemas florais, a partir dos botões, depois nas flores e, especialmente, dos frutos chumbinhos.

Os prejuízos ocorrem pela queda de folhas, pela seca de ramos e pela morte/seca de botões, flores e frutinhos, deixando as rosetas com menor numero de frutos, diminuindo, assim, a produtividade.

As condições favoráveis à evolução da doença são a umidade, por chuvas finas, ventos e queda de temperatura, abertura por ação de lagartas, granizo etc, excesso de adubação nitrogenada e lavouras fechadas ou com plantas muito altas, que promovem sombra e umidade na lavoura. Assim, regiões ou épocas ou lavouras onde predominam essas condições têm o ataque aumentado, e, ali, o controle é prioritário.

A proteção é indicada com o uso de fungicidas do grupo das carboxamidas (Boscalid – Cantus a 160-200 ml/ha) , de combinações de Tebuconazole mais estrobilurinas (Nativo a 1,0 – 1,5 L/ha, Azimut a 0,75 L/ha) ou Priori Top (Azoxistrobina + Difenoconazole a 0,4-0,5 L/ha) ou Iprodione (Rovral a 0,6 – 1,0 L/ha) ou doses elevadas de estrobilurinas (Comet, Amistar etc). O ideal são 3 pulverizações no período de jul/ago  a dezembro, no entanto o mais comum são 2 aplicações, na pré e pós-florada, priorizando as lavouras de carga alta.

J.B. Matiello e S.R. de Almeida – Engs Agrs Fundação Procafé

Fonte: Procafé

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Milho segunda safra tem potencial para dobrar a produtividade no Brasil
Intervenções do Bacen no câmbio funcionam? Por Roberto Dumas Damas
Abacaxi no Maranhão: Principais pragas, manejo integrado e uso correto e seguro de pesticidas agrícolas
Smart farming: como a IoT pode destravar o problema de conexão rural no Brasil?
Artigo/Cepea: Produtividade e renda dos trabalhadores no Brasil: uma análise intersetorial
Milho sob ameaça: mancha bipolaris pode se confundir com outras doenças e trazer prejuízos para a safrinha
undefined