Umidade no outono/inverno aumenta ataque de phoma em cafezais
Nos dois últimos meses, em maio-junho, tem ocorrido um ataque anormal da doença causada por Phoma/Ascochyta, em regiões cafeeiras no Sul de Minas, quando, em condições normais, não seria esperado ataque nesse período.
A doença, pelo ataque dos fungos dos gêneros Phoma e Ascochyta, afeta folhas, ramos, botões e frutos, causando desfolha, seca de ponteiros e mumificação de florações e de chumbinhos, reduzindo a produtividade de cafeeiros.
Os fatores que favorecem e que estão ligados à gravidade da doença são – Regiões de altitude elevada, ocorrência de frio e vento, umidade, falta ou excesso de adubação nitrogenada e carga baixa das lavouras.
Neste ano, mesmo regiões com altitudes mais baixas, porem com acumulo de umidade, vem apresentando altos níveis da doença. Assim, por exemplo, tem sido verificado forte ataque nas áreas próximas da represa, na Bacia de Furnas, no Sul de Minas, onde as altitudes situam-se entre 700 e 800 m, portanto, zonas baixas na região. Ocorre que, nessas áreas, se forma uma neblina noturna, que se acumula sobre as lavouras, criando condições favoráveis ao ataque dos fungos causadores da doença. Um período mais úmido, com chuvas anormais, tem favorecido ainda mais o ataque.
Em visita a diversas propriedades na região da Bacia de Furnas, verificou-se que as áreas atacadas por Phoma/Ascochyta vêm, constantemente, apresentando problemas de baixa produtividade, se constituindo em áreas-problemas dentro das propriedades. Nestas áreas, apesar do bom manejo das lavouras, idêntico ao das demais áreas, os cafezais-problema têm apresentado produtividade muito baixa, ao redor de 10 scs/ha.
Outras observações feitas dizem respeito - ao favorecimento da infecção na folhagem pela abertura do tecido foliar, provocado pelo ataque de lagartas e ao posicionamento das linhas de cafeeiros facilitando a infecção pelos fungos, sendo que o ataque é mais forte na face dos cafeeiros voltada para o sol da tarde, onde o molhamento foliar permanece por mais tempo.
Agora vamos às medidas de controle achadas adequadas à situação de áreas problema de Phoma/Ascochyta. Primeiro - deve-se procurar uma alteração na condição micro-climática da lavoura. Assim, no caso de lavouras com plantas muito altas, deve-se decota-las, para reduzir a altura e permitir maior insolação e arejamento do ambiente dentro da lavoura. Em casos de implantação de novas lavouras, sempre que possível, alinhar no sentido Leste – Oeste, também para possibilitar melhor insolação na lavoura. Segundo – equilibrar melhor a dose de adubos nitrogenados, evitando excesso. Terceiro – usar um programa de pulverizações com fungicidas específicos, nestas áreas usando 1-2 aplicações de inverno e duas na pré e pós florada. Em áreas onde ocorre infestação de lagartas, verificar o que está desequilibrando para esta praga ocasional, e, quando necessário, associar inseticida específico nas aplicações fungicidas. Em novas plantações buscar o plantio de variedades mais tolerantes à Phoma, como - Catucai amarelo 2SL e 20-15 cv 479, Japy e Palma 2.
Forte ataque de Phoma/Ascochyta em folhas de cafeeiro, em junho/15, em Guapé, na Bacia de Furnas-Sul de MG s da Fundação Procafé
Queda de folhas, do lado da linha batida pelo sol da tarde, provocada pelo ataque de Phoma/Ascochyta, em lavoura-problema na Bacia de Furnas, em junho/15, em Areado-MG