Mercado firme do leite, depois de dois meses de queda para o produtor, por Scot Consultoria

Publicado em 07/10/2019 11:45

Depois de dois meses de queda, o preço do leite pago ao produtor ficou praticamente estável no pagamento realizado em setembro, que remunera a produção de agosto.

Considerando a média nacional dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, o produtor recebeu R$1,20 por litro, sem o frete.

Já o preço médio com bonificações por qualidade subiu 0,8%, em relação ao pagamento anterior, conforme apresentamos na figura 1.

Apesar da produção aumentando nas principais bacias leiteiras, o ritmo de incremento na oferta de leite tem sido menor que nos anos anteriores, o que mantém a concorrência entre os laticínios neste início de safra no Brasil Central e região Sudeste. 

Segundo o Índice de Captação da Scot Consultoria, de junho até setembro a produção de leite no país crescera 6,8%. Em igual período de 2018, o indicador já havia subido 11,6%.

O atraso nas chuvas (capim ainda em situação ruim), o aumento do custo do milho em agosto e setembro e a queda na margem da atividade nos últimos pagamentos (menor investimento do produtor) colaboram com este cenário. 

Destacamos, i) a queda na captação de leite nas indústrias nos estados da região Nordeste, em função do clima seco; ii) no Sul do país, a produção de leite já caiu no Rio Grande do Sul, com a saída dos animais das pastagens e a expectativa é de manutenção a recuos nos próximos meses nos três estados da região.

Para o pagamento a ser realizado em outubro/19, que remunera a produção entregue em setembro, 58% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em manutenção das cotações, 37% falam em queda e os 5% restantes estimam alta (laticínios na região Nordeste).

O movimento de baixa deverá voltar a ganhar força em curto prazo, com a produção no Sudeste e Centro-Oeste aumentando com as chuvas.

Entretanto, incrementos maiores nas produções de leite nessas regiões são esperados a partir de meados de outubro/novembro, já com as chuvas mais regulares e bem distribuídas e melhoria das condições das pastagens.

Para o pagamento de novembro (produção de outubro) aumentou a quantidade de laticínios estimando queda no preço do leite ao produtor em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, por exemplo, mas no Sul o tom do mercado é de estabilidade.

Somente no Nordeste são esperados reajustes positivos para o produtor nos próximos pagamentos.

Fonte: Scot Consultoria

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Leite/Cepea: Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
Comissão Nacional de Pecuária de Leite discute mercado futuro
Brasil exporta tecnologia para melhoramento genético de bovinos leiteiros
Preço do leite pago ao produtor para o produto captado em outubro deve ficar mais perto da estabilidade, segundo economista
Pela primeira vez, ferramenta genômica vai reunir três raças de bovinos leiteiros
Setor lácteo prevê 2025 positivo, mas com desafios
undefined