Café: Alguns analistas perderam o otimismo com a colheita atrasada e a qualidade do café

Os cafeicultores brasileiros estão com suas atenções voltadas para os trabalhos de colheita. A do arábica continua atrasada em relação a anos anteriores e as primeiras amostras que chegam ao mercado preocupam os operadores. Ainda é pouco o café de qualidade e muitos lotes estão com baixa porcentagem de peneiras 17 e 18. Desapareceu o otimismo de alguns analistas que esperavam uma safra melhor e já em julho uma maior oferta de cafés da nova safra. 

As chuvas prejudicaram bastante a colheita no mês de junho e no início de julho. Alguns lotes de regiões produtoras de cafés finos apresentam xícaras riadas e certamente o volume de lotes de Cereja Descascado (CD) será menor que nas últimas safras. 

Esta semana o tempo melhorou nas regiões produtoras de café do sudeste brasileiro e nas principais deverá continuar seco pelo menos até o final do mês. 

Em agosto já será possível ter uma avaliação mais confiável do tamanho e da qualidade da safra brasileira de café 2015. 

Além do atraso da colheita, a escalada da inflação e a séria crise econômica e política brasileira preocupam os cafeicultores, que vêm de um lado os custos de produção subirem com força e do outro os preços do café cederem com as pressões especulativas nas bolsas de futuro. Os que podem continuam adiando vendas e aguardando uma melhor definição do quadro político e econômico brasileiro. 

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.510.114 em 30 de junho de 2015. Uma alta de 220.664 sacas em relação as 5.289.450 sacas existentes em 31 de maio de 2015. 

Até o dia 16, os embarques de julho estavam em 786.453 sacas de café arábica, 158.103 sacas de café conillon, mais 62.136 sacas de café solúvel, totalizando 1.006.692 sacas embarcadas, contra 1.038.885 sacas no mesmo dia de junho. Até o dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.338.708 sacas, contra 1.345.848 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 17, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 215 pontos ou US$ 2,84 (R$ 9,07) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 10 a R$ 528,23 por saca, e dia 17, a R$ 542,49 por saca.

Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 45 pontos.