Café: Na bolsa de NY contrato maio perdeu 515 pontos na semana; no mercado físico negócios diminuíram

Publicado em 27/03/2015 17:41
O agravamento da crise política e econômica brasileira fez com que tivéssemos mais uma semana de muita oscilação do dólar frente ao real, o que levou também a muita oscilação nas cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque. O balanço desta semana foi negativo e os contratos de café com vencimento em maio próximo perderam 515 pontos no período. 

Insistimos na tecla da “financeirização” das operações nas bolsas de futuro, onde os fundamentos influenciam cada vez menos e as operações são dominadas por algoritmos e robôs. Sobre este assunto, recomendamos a leitura do artigo ‘Fundos “smart beta” reúnem US$ 400 bilhões nos EUA’(Anthony Effinger e Eric Balchunas, Bloomberg), publicado ontem, dia vinte e seis, no jornal VALOR Econômico. 

No mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor das ofertas acompanhando o comportamento da cotação do dólar frente ao real e o recuo das cotações em Nova Iorque. Os vendedores não aceitaram as bases oferecidas e o volume de negócios fechados caiu bastante. 

Na última quarta-feira, 25 de março, a CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento realizou leilão de 40,5 mil sacas de café arábica dos estoques públicos. São cafés colhidos nas safras 2002/03, 2008/09 e 2009/10 que foram adquiridos por meio do programa de Opções. Entretanto, não houve interesse comprador e o pregão não registrou arremates. 

O resultado era esperado pelo mercado. Os preços mínimos de abertura foram estabelecidos pelo Ministério da Agricultura em patamares iguais ou superiores aos registrados atualmente no mercado físico para a safra 2014/2015. Os cafés ofertados são de safras antigas, desmerecidos em cor, alguns esbranquiçados. Esses cafés são normalmente comercializados com deságio em relação aos da safra corrente. 

O CNC – Conselho Nacional de Café em seu informativo “Balanço Semanal”, que circula hoje, informou que o leilão foi definido sem a participação do setor privado da cafeicultura e que como representantes legítimos da produção de café no Brasil, o CNC e a CNA entendem que o Governo cometeu um equívoco ao autorizar a CONAB a realizar o leilão, não apenas pela data determinada, na iminência do início da colheita, mas também pelos preços iniciais que foram estabelecidos. 

Até o dia 26 os embarques de março estavam em 1.817.372 sacas de café arábica, 226.428 sacas de café conillon, mais 146.323 sacas de café solúvel, totalizando 2.190.123 sacas embarcadas, contra 2.258.147 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o dia 26, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 2.651.551 sacas, contra 2.740.151 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 20, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 27, caiu nos contratos para entrega em maio próximo, 515 pontos ou US$ 6,81 (R$ 21,96) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 20 a R$ 609,64 por saca e hoje, dia 27, a R$ 589,38 por saca.

Hoje, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 205 pontos. 

Fonte: Escritório Carvalhaes

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preços do café estendem alta de 3 semanas e fecham sessão desta 6ª feira (22) com ganhos de mais 4% na bolsa de Londres
Café: Mesmo nas máximas em 13 anos, preços não afastam compradores e mercado ainda é bastante resiliente
Safra de café da Colômbia 24/25 projetada em 12,9 mi sacas, diz USDA
Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas decide os vencedores de 2024
Café no varejo: vendas aumentaram 1,1% de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período de 2023
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)
undefined