Café: Apesar da preocupação com clima as cotações em NY caíram esta semana
Tivemos mais uma semana de tempo seco, ensolarado e quente nas áreas produtoras de café do sudeste brasileiro. Segundo a Somar Metereologia o tempo deverá continuar seco por pelo menos mais cinco dias, e no Espírito Santo e Zona da Mata de Minas Gerais já não chove há 20 dias (fonte: ACS – Associação Comercial de Santos).
A situação é grave e o jornal “Folha de São Paulo” informa hoje em matéria sobre o sistema Cantareira em São Paulo que: “Se a crise no Cantareira já era a pior da sua história, 2015 tem enterrado a expectativa de sobrevida ao principal reservatório da Grande SP. A primeira metade de janeiro trouxe cenário ainda mais pessimista do que era projetado por especialistas e governo: a quantidade de chuva nas represas e a vazão dos rios que poderiam socorrê-lo ficaram muito abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas estão elevadas, um incentivo para maior consumo” (página C1).
Apesar desse quadro preocupante, as cotações do café em Nova Iorque, na ICE Futures US caíram esta semana. Os operadores tentaram romper sem sucesso a linha gráfica de US$ 1,85 por libra peso e depois recuaram, realizando lucros e derrubando as cotações. Hoje, as informações sobre possibilidade de chuvas a partir de meados da próxima semana sobre os cafeeiros do sudeste brasileiro pressionaram ainda mais os preços na ICE.
No mercado físico brasileiro os negócios fluíram com certa dificuldade até quarta-feira. Ontem e hoje, com a baixa mais forte em Nova Iorque, os compradores diminuíram o valor das ofertas e os produtores retiraram suas amostras do mercado. Só se encontra vendedores para café arábica de boa qualidade da safra atual a partir de quinhentos reais por saca.
Em 2014 o Brasil exportou 36.320.574 sacas de café, volume recorde de toda a longa história brasileira de exportação de café. Pelo Porto de Santos foram embarcadas 28.720.791 sacas de café, 79,1% do total exportado pelo Brasil. Também é um recorde histórico. Os EUA , com 7.186.739 de sacas, foram os maiores importadores, seguidos de Alemanha, Bélgica, Itália e Japão.
Segundo o CECAFÉ, foram 29 416 575 sacas de café arábica e 3 446 818 sacas de café conillon, totalizando 32 863 393 sacas de café verde, que somadas a 3 431 725 sacas de solúvel e 25 456 sacas de torrado, totalizaram 36 320 574 sacas de café embarcadas. Esse volume é 15% maior que as 31 661 098 sacas embarcadas em 2013.
Em seu primeiro levantamento para a produção brasileira de café na safra 2015/2016, a CONAB -Companhia Nacional de Abastecimento informou esta semana que a colheita ficará entre 44,11 milhões e 46,61 milhões de sacas de 60 quilos. Isso significa que a safra pode ter uma redução de 2,7% ou aumento de 2,8% em relação às 45,34 milhões de sacas estimadas para a atual safra 2014/2015.
A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.524.964 em 31 de dezembro de 2014. Uma baixa de 169.190 sacas em relação às 5.694.154 sacas existentes em 30 de novembro de 2014.
Até o dia 15, os embarques de janeiro estavam em 717.570 sacas de café arábica, mais 24.285 sacas de café conillon somando 741.855 sacas de café verde, mais 9.803 sacas de café solúvel, totalizando 751.658 sacas embarcadas, contra 941.729 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o dia 15 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 1.363.411 sacas, contra 1.477.556 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 16, caiu nos contratos para entrega em março próximo, 905 pontos ou US$ 11,97 (R$ 31,37) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 9 a R$ 628,53 por saca e sexta-feira, dia 16, a R$ 592,87 por saca. Hoje nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 565 pontos.