Café: Refletindo preocupação com o clima bolsa de NY tem semana de alta

Publicado em 09/01/2015 16:55

Depois dos feriados de final de ano, os operadores retomaram suas atividades esta semana, apreensivos com as notícias de tempo seco, poucas chuvas e calor acima da média neste início de 2015. 

Estressados depois de dez meses de seca em 2014, os cafezais do sudeste brasileiro começam o ano com muito calor e chuvas esparsas. Novembro e dezembro acabaram revelando uma estação chuvosa mais fraca em seu início e agora não há previsão de chuvas importantes para os próximos 15 dias nas principais regiões produtoras de café. Os reservatórios apresentam níveis de água bem abaixo do que tinham no início de 2014 e os meteorologistas não parecem enxergar um quadro otimista para os próximos meses. 

Em Nova Iorque, as cotações do café na ICE Futures US fecharam todos os dias em alta e os contratos com vencimento em março próximo ganharam 1900 pontos na semana. A alta reflete a preocupação dos operadores com o clima e corrige as baixas dos últimos dias de dezembro, quando os interessados em baixa aproveitaram os pregões esvaziados para derrubar as cotações.

O mercado futuro em alta ajudou o mercado físico brasileiro a começar seus negócios em 2015. Lotes de café arábica de boa qualidade foram negociados a partir de quinhentos reais por saca.

Os cafeicultores negociam com prudência, preocupados com a estiagem e com o aumento dos custos de produção. Sabem que a produção brasileira de café em 2015 no máximo repetirá a de 2014 e que se tivermos um verão com chuvas abaixo da média para esta época do ano, teremos uma quebra ainda maior e também reflexos na safra 2016.

Mesmo que as chuvas de verão voltem mais à frente, o Brasil, em 2015, não terá café suficiente para repetir os recordes do ano passado, quando exportou 36 milhões e consumiu 21 milhões de sacas de 60 kgs (na próxima segunda-feira o Cecafé deverá divulgar os números oficiais das exportações em 2014). As exportações de café pelo porto de Santos, em volume, também serão recordes. Em receita cambial, o melhor ano continuará sendo 2011. 

Até o dia 8, os embarques de janeiro estavam em 249.230 sacas de café arábica, mais 5.079 sacas de café solúvel, totalizando 254.309 sacas embarcadas, contra 235.934 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o dia 8 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 621.748 sacas, contra 597.397 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 2, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 9, subiu nos contratos para entrega em março próximo, 1.900 pontos ou US$ 25,13 (R$ 66,32) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 2 a R$ 573,50 por saca e sexta-feira, dia 9, a R$ 628,53 por saca. Hoje nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 315 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cooabriel fala sobre a expectativa da safra do café conilon para o Espírito Santo e Bahia
Café Produtor de Água: em visita à Cooabriel, presidente do CNC anuncia implantação do projeto no ES
Sustentabilidade, tecnologia e tendências de consumo são destaques no primeiro dia da Semana Internacional do Café
Preços do café mantêm alta nesta 5ª feira (21) diante preocupação com as safras futuras
Café/Cepea: Robusta renova recorde; preço do arábica é o maior desde 1998
Preços do café sobem mais de 4% na Bolsa de NY nesta 4ª feira com oferta ainda preocupando
undefined