Análise do mercado de café
Publicado em 14/12/2009 09:03
GANHANDO INDEPENDÊNCIA ?
As vendas ao varejo nos Estados Unidos em novembro incrementaram 1.3%, acima do aumento de 1.1% em outubro. O índice de confiança do consumidor americano subiu para o segundo maior nível em quase 2 anos, ajudando o mercado acionário a segurar os ganhos na semana.
O mercado de títulos soberanos (dívidas de países) ficou um pouco mais nervoso durante os últimos cinco dias com a perspectiva negativa dos títulos espanhóis dado por uma agência de risco, e com a crescente preocupação de uma "reestruturação" de dívida na Grécia.
O dólar americano manteve o tom de recuperação, e fechou a semana com significativos ganhos de 0.83% contra uma cesta de moedas (o chamado Dólar Index), e também firmou contra moedas de mercados emergentes.
Os principais índices de commodities encerraram o período em baixa, com aqueles que dão um peso maior para o petróleo e derivados, como o S&P Goldman Sacks, perde ndo 4.3%.
O café futuro entretanto conseguiu se comportar bem, apesar da firmeza do dólar, com Nova Iorque subindo US$ 1.79 por saca, Londres US$ 2.76 por saca, enquanto a bolsa de São Paulo ficou praticamente inalterada.
Porém a performance diária do mercado, foi bastante volátil, principalmente em três das cinco sessões, que sofreram oscilações de mais de US$ 4.00 centavos, deixando os participantes zonzos.
Mesmo que aos trancos e barrancos, muitos começam a considerar que o café, e outras commodities que vivem um momento fundamentalmente positivo, como por exemplo o açúcar, o cacau e o algodão, vão finalmente ganhar independência e não mais se comportar com a correlação negativa contra o dólar que nos acostumamos.
Parece ser um pouco cedo para isto. O volume de dinheiro que o mercado recebeu, com novos fundos de sistema entre outros, vai continuar trazendo volatilidade e deixar os operadores assustados vez ou outra, com a oscilação do dólar, en tre outras coisas.
Nesta semana o mercado físico de café firmou mais, com os diferenciais colombianos subindo 9 centavos e negociando acima de 50 centavos acima de NY. Outras origens de café-suave também tiveram mais interesse de compra, ou seja a demanda que estava retraída e a conta-gotas ficou mais aquecida, ao mesmo tempo que o frio finalmente chegou no hemisfério norte (esta semana fez 14 graus celsius negativos por aqui).
Café de qualidade, mesmo no mercado spot, está difícil de se achar, e os naturais-finos brasileiros negociam à um dígito de desconto. Os estoques certificados da ICE voltaram a cair na semana, e este período de aperto deve durar até o primeiro trimestre de 2010.
No Brasil aumenta a conversa de que os próximos vencimentos de opções de venda ao governo não serão exercidas pelos produtores, apesar do preço de exercício ser acima dos R$ 300.00. O motivo seria a escassez do produto de qualidade, o que deve refletir em preços mais alto s para aqueles que segurarem o café melhor. É importante a disciplina dos detentores de café fino para eventualmente não reterem por muito tempo seu café. Lembrando que a partir do final de fevereiro e começo de março o mercado entra em um sazonal de baixa, e os torradores não mais terão a urgência que vivem no momento. Sem falar também que será o momento de pico de disponibilidade de outras origens que estão atrasadas na sua colheita.
Não estamos baixista para o curto prazo - o movimento da semana foi bastante positivo para o mercado de café. Ao mesmo tempo um movimento explosivo para os preços não parece muito provável, já que a escassez da qualidade pode ser traduzida nos diferenciais ao invés de uma majoração nos terminais. Isto porquê ainda há mais de 3 milhões de sacas certificadas na bolsa de Nova Iorque, 1 milhão e 200 mil sacas a menos do que no começo do ano, mas ainda sim uma quantia razoável para ser esquecida.
Os altistas discordam, e apontam uma n ova pesquisa que diz que os investidores acreditam que em 2010 as commodities receberão mais dos que os 60 bilhões de dólares de dinheiro que entrou no mercado em 2009.
Os baixistas alertam que os fundos passivos já tem um volume razoável de contratos comprados, e que mesmo que chegue mais dinheiro, o mercado encontrará vendedores que apostam em uma safra grande brasileira.
Quem viver verá!
Eu creio que o mercado deve continuar negociando dentro deste intervalo entre 140 e 150 centavos em Nova Iorque até o fim do ano, e a partir do ano novo, de acordo com o apetite dos fundos, poderemos sim expandir estes patamares.
A arbitragem entre São Paulo e Nova Iorque alargou um pouco, sinalizando um pouco mais de fluxo de negócios. Já a arbitragem entre Londres e Nova Iorque ainda está bastante larga, um fator que pode atrapalhar o arábica a subir muito mais, a não ser que tenha a companhia do robusta.
Cuidado com a nova teoria de que o café vai des colar do dólar, a moeda americana ainda está demasiadamente barata e o chamado carry-trade não é pequeno.
Tenham todos uma ótima semana e muito bons negócios
As vendas ao varejo nos Estados Unidos em novembro incrementaram 1.3%, acima do aumento de 1.1% em outubro. O índice de confiança do consumidor americano subiu para o segundo maior nível em quase 2 anos, ajudando o mercado acionário a segurar os ganhos na semana.
O mercado de títulos soberanos (dívidas de países) ficou um pouco mais nervoso durante os últimos cinco dias com a perspectiva negativa dos títulos espanhóis dado por uma agência de risco, e com a crescente preocupação de uma "reestruturação" de dívida na Grécia.
O dólar americano manteve o tom de recuperação, e fechou a semana com significativos ganhos de 0.83% contra uma cesta de moedas (o chamado Dólar Index), e também firmou contra moedas de mercados emergentes.
Os principais índices de commodities encerraram o período em baixa, com aqueles que dão um peso maior para o petróleo e derivados, como o S&P Goldman Sacks, perde ndo 4.3%.
O café futuro entretanto conseguiu se comportar bem, apesar da firmeza do dólar, com Nova Iorque subindo US$ 1.79 por saca, Londres US$ 2.76 por saca, enquanto a bolsa de São Paulo ficou praticamente inalterada.
Porém a performance diária do mercado, foi bastante volátil, principalmente em três das cinco sessões, que sofreram oscilações de mais de US$ 4.00 centavos, deixando os participantes zonzos.
Mesmo que aos trancos e barrancos, muitos começam a considerar que o café, e outras commodities que vivem um momento fundamentalmente positivo, como por exemplo o açúcar, o cacau e o algodão, vão finalmente ganhar independência e não mais se comportar com a correlação negativa contra o dólar que nos acostumamos.
Parece ser um pouco cedo para isto. O volume de dinheiro que o mercado recebeu, com novos fundos de sistema entre outros, vai continuar trazendo volatilidade e deixar os operadores assustados vez ou outra, com a oscilação do dólar, en tre outras coisas.
Nesta semana o mercado físico de café firmou mais, com os diferenciais colombianos subindo 9 centavos e negociando acima de 50 centavos acima de NY. Outras origens de café-suave também tiveram mais interesse de compra, ou seja a demanda que estava retraída e a conta-gotas ficou mais aquecida, ao mesmo tempo que o frio finalmente chegou no hemisfério norte (esta semana fez 14 graus celsius negativos por aqui).
Café de qualidade, mesmo no mercado spot, está difícil de se achar, e os naturais-finos brasileiros negociam à um dígito de desconto. Os estoques certificados da ICE voltaram a cair na semana, e este período de aperto deve durar até o primeiro trimestre de 2010.
No Brasil aumenta a conversa de que os próximos vencimentos de opções de venda ao governo não serão exercidas pelos produtores, apesar do preço de exercício ser acima dos R$ 300.00. O motivo seria a escassez do produto de qualidade, o que deve refletir em preços mais alto s para aqueles que segurarem o café melhor. É importante a disciplina dos detentores de café fino para eventualmente não reterem por muito tempo seu café. Lembrando que a partir do final de fevereiro e começo de março o mercado entra em um sazonal de baixa, e os torradores não mais terão a urgência que vivem no momento. Sem falar também que será o momento de pico de disponibilidade de outras origens que estão atrasadas na sua colheita.
Não estamos baixista para o curto prazo - o movimento da semana foi bastante positivo para o mercado de café. Ao mesmo tempo um movimento explosivo para os preços não parece muito provável, já que a escassez da qualidade pode ser traduzida nos diferenciais ao invés de uma majoração nos terminais. Isto porquê ainda há mais de 3 milhões de sacas certificadas na bolsa de Nova Iorque, 1 milhão e 200 mil sacas a menos do que no começo do ano, mas ainda sim uma quantia razoável para ser esquecida.
Os altistas discordam, e apontam uma n ova pesquisa que diz que os investidores acreditam que em 2010 as commodities receberão mais dos que os 60 bilhões de dólares de dinheiro que entrou no mercado em 2009.
Os baixistas alertam que os fundos passivos já tem um volume razoável de contratos comprados, e que mesmo que chegue mais dinheiro, o mercado encontrará vendedores que apostam em uma safra grande brasileira.
Quem viver verá!
Eu creio que o mercado deve continuar negociando dentro deste intervalo entre 140 e 150 centavos em Nova Iorque até o fim do ano, e a partir do ano novo, de acordo com o apetite dos fundos, poderemos sim expandir estes patamares.
A arbitragem entre São Paulo e Nova Iorque alargou um pouco, sinalizando um pouco mais de fluxo de negócios. Já a arbitragem entre Londres e Nova Iorque ainda está bastante larga, um fator que pode atrapalhar o arábica a subir muito mais, a não ser que tenha a companhia do robusta.
Cuidado com a nova teoria de que o café vai des colar do dólar, a moeda americana ainda está demasiadamente barata e o chamado carry-trade não é pequeno.
Tenham todos uma ótima semana e muito bons negócios
Fonte:
Archer Consulting