Mercado de café: CAFÉ CONSOLIDA COM QUEDA DE CONTRATOS EM ABERTO
O mercado acionário chinês se mantém na segunda posição mundial em capitalização total ajudado pelas constantes altas de suas bolsas. O fechamento de sexta-feira valoriza seu mercado de capitais em um total equivalente a 7.68 trilhões de dólares, bem abaixo dos 25.1 trilhões dos Estados Unidos, e relativamente distante do Japão que tem 5.18 trilhões. Vale lembra que isto aconteceu a China passou o Japão este ano.
Os países emergentes tem se beneficiado dos planos de compras de títulos das economias ricas, e recentemente a recuperação dos preços das commodities deram um empurrão adicional. O Brasil teve de positivo na semana a divulgação do balanço da Petrobrás, influenciando inclusive a alta do Real que fechou nas mínimas, a R$ 2.9532 contra o dólar.
Na Grécia a situação teve uma ligeira melhora com uma nova liberação de recursos para os bancos locais. O ministro da economia do país, entretanto, tem tomado uma coça nas reuniões com o Banco Central Europeu e o FMI, embora para imprensa ele declare que as partes estão se aproximando.
As commodities subiram com o enfraquecimento do dólar, tendo o algodão liderado os ganhos nos últimos cinco dias, seguido pelo suíno magro, gasolina, óleo de aquecimento e o cacau. Intrínsicamente o relatório do USDA ajudou a primeira, assim como o começo do clima ameno no hemisfério norte sazonalmente incrementa o consumo de combustível.
Os contratos de café em Nova Iorque e Londres ficaram virtualmente inalterados, enfadonhamente se mantendo dentro do mesmo intervalo há dois meses. O arábica até que teve movimentações diárias com alta de mais de US$ 5.00 centavos, mas estranhamente ao fim das sessões tem sido pressionado e devolve ganhos que faz no intraday.
O tom de espera dos participantes para o começo da safra brasileira não estimula uma tomada de posição grande e a queda do número de contratos em aberto reflete isto. Fotos de lavoura saudáveis, carregadas de grãos circulam entre os e-mails ao redor do mundo, e declarações de agrônomos sobre a recuperação das árvores atraem a atenção dos que podem ler em português, ou que usam o Google para traduzir a surpresa positiva que as plantas deram em função do clima favorável até agora.
O pico da entressafra brasileira faz o fluxo no mercado físico ser pequeno, enquanto na Colômbia a safrinha tem atrasado um pouco, e na Indonésia a colheita anda vagarosa. No Vietnã foi reportado por uma trading grande que os produtores estão reduzindo um pouco as suas bases de preço, de forma cautelosa por estarem apreensivos com uma demora do retorno das chuvas, que por ora não impacta o potencial da próxima safra.
A OIC deu uma declaração na semana de que a produção do Brasil de 2015/2016 deve ser similar à de 2014/2015, compartilhando da opinião da maioria dos analistas. Tenho dito há algum tempo que o número absoluto da produção, embora importante, acaba se tornando secundário, pois muitos se tornaram baixistas e justificaram sua liquidação de posições compradas justamente pela mudança no panorama dado que muito se falava com segurança que seria impossível uma colheita de arábica maior este ano.
Positivamente há a queda das exportações de Uganda, Indonésia e Vietnã em patamares significativos, principalmente para o último. O contraponto são os estoques certificados elevados da bolsa londrina que estão em 2,871,155 milhões de sacas bem mais do que os 230,999 sacas armazenadas há um ano.
O fechamento da semana foi acima de médias-móveis importantes, mas o mercado ainda não conseguiu romper uma linha de tendência de baixa que vem desde meados de janeiro. Um movimento acima de US$ 147.25 centavos/libra pode desencadear novas compras, finalmente dando gás para testar US$ 150 centavos. O rompimento dos US$ 140.00 centavos deve levar os preços a testar as mínimas recentes.
Eu acredito que temos entre quatro e seis semanas para ver os preços reagirem, e após este período será difícil da bolsa sustentar os ganhos, pois não só a posição vendida dos fundos é pequena, mas também estaremos na entrada da safra brasileira.
Claro que tem sempre o coringa, que é o clima, seja provocando chuvas que comprometam a qualidade dos grãos, ou o frio que deixe nervosos os operadores, estimulando os especuladores para arriscar uma aposta em um rally forte.
Uma ótima semana e bons negócios a todos,
Rodrigo Costa*